O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), ex-ministro da Reforma Agrária de FHC, está se convertendo numa das figuras emblemáticas dessa história dos cartões corporativos. Isso porque, ao mesmo tempo em que vocifera contra o governo Lula, para ele culpado de males que vão desde a seca no Nordeste até as sete pragas do Egito, desdenha de seus próprios pecadilhos.
E esses, por menores que sejam, como pagar com dinheiro público refeições em restaurantes caros de Brasília, devidamente acompanhadas de bom vinho, ou se submeter a sessões reparadoras de massagens, são do mesmo feitio dos que imputa a seus adversários.
Ou seja, para o deputado comunista (comunista?) o crime não está naquilo que se faz, mas em quem o faz.
Pode parecer estranho que ele distorça a lógica com tal desenvoltura. Porém, não está sozinho nessa tarefa.
Tem a companhia de vários outros parlamentares que parecem observar o mundo de maneira diferente dos normais. São pessoas com a incrível capacidade de convencer, primeiro a si mesmos, depois a uma porção de pessoas mais suscetíveis, que o país em que vivem hoje é um lodo de podridão e miasmas sufocantes, para o qual a saída é o fogo purificador exalado por suas gargantas.
Ou então a queda do ex-metalúrgico barbudo.
O deputado Jungmann e os de sua espécie, com essa pregação moralista de araque, representam o pior que a política pode produzir. Dissimulados a maior parte do tempo, bajuladores quando convém, matreiros quase sempre, estão permanentemente a postos para fazer o que deles esperam seus chefes: provocar a confusão entre os inimigos e depois bater em retirada.
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