sexta-feira, 4 de abril de 2008

Artilharia pesada

Nossos parlamentares vivem mesmo no melhor dos mundos, a perfeição panglosiana.
Pois em que país um senador, que prefere ser chamado pelo ridículo apelido de Mão Santa, pode se referir a uma ministra de Estado como "galinha carcarejante" e ter apenas de enfrentar alguns protestos chochos de colegas da ala feminina?
E onde um outro senador, cabelos pintados, boquirroto e verborrágico, pode repassar à imprensa marrom informações sigilosas da Presidência da República e ainda ser quase elevado às alturas de um notável patriota?
Todos sabem que o país se encontra em meio a um pesadíssimo jogo de poder, no qual o vale-tudo parece ser a regra. Mas mesmo as guerras costumam ter seu código de ética, embora sua razão seja aniquilar o inimigo.
Contra tal espécie de adversário, a melhor tática talvez seja deixar de lado a velha escola militar francesa, de fogo pontual e calculado, e adotar de vez os conceitos americanos, de se impor no campo de batalha por meio da artilharia pesada.
Gasta-se muita munição, mas os resultados são mais seguros.

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