quinta-feira, 21 de junho de 2007

Crítica e ofensa

Qual o limite entre a crítica e a ofensa?
Na rádio Jovem Pan, um participante do programa Esporte em Discussão comparou jogadores do Santos dispensados pelo técnico Vanderlei Luxemburgo a "um monte de lixo". Entre esses jogadores figuravam atletas que foram da seleção brasileira e que, naquele momento, não passavam por uma boa fase técnica - algo que pode acontecer com qualquer profissional.
É bem provável que os jogadores definidos como lixo pelo radialista não tenham ouvido o programa. Mas talvez fiquem sabendo do que foram chamados. Assim, teriam motivos de sobra para requerer, no mínimo, uma retratação de quem os ofendeu. Se ela não viesse, teriam, certamente, razões para processar judicialmente o radialista. Afinal, eles podem ser maus jogadores, péssimos profissionais. Nunca "lixo".
Episódios semelhantes a esses são corriqueiros nos programas esportivos de rádio e televisão, cada vez menos informativos e jornalísticos e mais voltados ao entretenimento simplório. Seus participantes sentem-se na obrigação de encarnar personagens que causem impacto e polêmica em seus ouvintes e telespectadores. Na maioria das vezes, a linguagem e a argumentação se transformam naquela do torcedor comum, ao qual é permitido todo o tipo de excesso verbal.
Porém, há uma diferença fundamental entre o torcedor e o profissional de rádio e televisão: o primeiro esbraveja suas opiniões na mesa do botequim; o segundo, em frente ao microfone e à câmera.
Ou seja, não dá para confundir as coisas.

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