O site do jornalista Claudio Humberto (www.claudiohumberto.com.br) noticia que o filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com a jornalista Miriam Dutra, Tomás, de 15 anos, foi esfaqueado, num assalto ao qual tentou resistir, em Barcelona, onde mora com sua mãe. Claudio Humberto, no seu estilo costumeiro, afirma que o pai de Tomás nem telefonou para saber como estava o garoto.
Deselegância à parte, Claudio Humberto trata sem cerimônia um dos maiores tabus da imprensa brasileira. No ano 2000, a revista Caros Amigos publicou extensa reportagem sobre o silêncio da imprensa em relação a esse caso. As informações que antes circulavam como boatos e fofocas em rodas de jornalistas foram confirmadas pelos repórteres. Os protagonistas, claro, se calaram. Miriam Dutra foi irônica e pediu que os esclarecimentos sobre o assunto fossem dados pela "figura pública" envolvida. Mas a "figura pública" estava blindada por um muro de assessores que barrou as tentativas de contato.
Os diretores de redação dos jornalões confirmaram que a história era comentada entre eles. Mas disseram que não havia motivo para publicá-la, pois se tratava de algo pessoal e que faltava um motivo gerador que a transformasse em notícia - como se o próprio fato de um presidente da República ter cometido adultério e dessa relação extra-conjugal ter nascido um filho não fosse a própria notícia.
O mesmo tratamento, todos sabem, não foi dado a outros presidentes. Lula e Collor que o digam. Nem a outras figuras públicas, como Pelé. Mas não é relevante saber se é papel ou não da imprensa noticiar essas coisas. O importante mesmo é constatar que por trás de todo o discurso dos editoriais dos nossos jornalões se escondem muitos outros interesses - não necessariamente em defesa da moral e da ética que pregam.
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