sábado, 9 de janeiro de 2016

Ministério Público, Polícia Federal, Justiça: uma esculhambação só

O grau de partidarização do Ministério Público e da Polícia Federal chegou a tal ponto que parece impossível restabelecer o controle desses órgãos para que atuem como deveriam, ou seja, pautados pelo republicanismo.

O vazamento diário, ininterrupto, de informações sigilosas da operação Lava Jato é prova inconteste de que o MP e a PF, em conluio com os jornalões, pretendem moldar a opinião pública aos seus interesses, no caso ferir de morte o partido político que ocupa o Palácio do Planalto.


Essa estratégia é fundamental para que a Lava Jato não se extingua, se mantenha viva no imaginário popular como a única fonte de energia capaz de prover a força necessária para combater a corrupção no Brasil.

Fora isso, é inacreditável que até hoje, passados muitos meses do início da investigação, nada se tenha apurado sobre o caso da escuta ilegal na cela do doleiro delator Alberto Youssef.

Ou que ainda o ministro da Justiça não tenha demitido o responsável pela Polícia Federal no Paraná, que aceitou, como se fosse a coisa mais normal do mundo, a "doação" de quase R$ 200 mil, por parte do juiz Moro - dinheiro "recuperado" pela Lava Jato, que estava sob a guarda da Justiça -, para a manutenção de sua frota de veículos. 

Esse caso é a joia da coroa da esculhambação geral e irrestrita que tomou conta da Justiça brasileira.

Como é que pode um juiz de 1ª instância "doar" verba para a Polícia Federal, sob a alegação de que sem tomar essa medida a "operação" da qual é a estrela maior será prejudicada?

Que poder tem um juiz de 1ª instância para usar, a fundo perdido, dinheiro que não é dele?

Como pode um juiz de 1ª instância atribuir para si os poderes de um ministro de Estado?

E mais: por que cargas d'água a PF do Paraná precisa desse dinheiro se devolveu cerca de R$ 3 milhões do orçamento a ela destinado em 2015?

Ora, não é preciso ser nenhum gênio para concluir que essa "doação" foi mais um episódio para desgastar o governo federal, imputando a ele o desejo de sabotar a tal operação Lava Jato.

Nunca antes no Brasil o Judiciário e o Ministério Público tiveram tanto poder quanto agora - poder que está sendo usado para minar o Executivo federal e que está se consolidando graças à inação de um ministro que permanece inexplicavelmente à frente de sua Pasta.

Sempre se soube que a Justiça brasileira era cara, lenta e simpática aos ricos e poderosos. 

Agora, se forma a convicção de que ela também se julga acima das outras instituições do Estado e dos demais poderes, algo terrível para uma democracia. 

E para terminar: em que local civilizado deste planeta um juiz atribui a si próprio as funções de investigador, promotor, carcereiro e carrasco?

2 comentários:

  1. Essa da grana pra PF do Parana, é no minimo uma barbeiragem primária. Coisa de quem não sabe nada de finanças públicas. Mas tenho cá minhas dúvidas. Será que o Estado quer se tornar independente do Brasil? É uma pergunta.

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  2. Acusam a Presidente, de crime contra o Orçamento, por ter permitido aos Bancos, adiantar os valores de beneficios sociais aos Cidadãos, e manter seus compromissos em dia. Por conta disso, pediram o seu afastamento do cargo e apelidaram a operação de "pedaladas fiscais". De que podería-mos então, apelidar essa operação financeira, ocorrida na Justiça do Parana? Talvez, "chute na bunda do orçamento"? E o que podería-mos pedir como punição para os responsáveis? Ficar duas horas ajoelhado no milho? Sugestões aqui para o blog.

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