Ministério Público escancara seu objetivo: trancafiar o "Brahma"

O Ministério Público, que age em conjunto com a Polícia Federal, Judiciário, imprensa e partidos políticos para varrer o PT da vida nacional, finalmente, depois de muitos titubeios, deu o primeiro passo para seu maior objetivo: prender o "Brahma", o "Nove Dedos", nem que seja por pouco tempo, a fim de enlamear não só a sua biografia, mas também interditar o seu futuro político.

Parece que os integrantes do órgão se cansaram de apenas perseguir o "Apedeuta", familiares e amigos, com factoides repetidos à exaustão no noticiário "agitprop" exibido pelos meios de comunicação. 

E eis que um promotor tresloucado, com histórico dos mais suspeitos, resolve intimar o "Molusco" e sua esposa para depor como investigados num processo kafkiano, na qual eles surgem como donos de um imóvel que nunca foi deles.

O Brasil não tem mais jeito.

Pelo menos esse Brasil que começou a surgir há pouco mais de uma década e deu oportunidades de ascensão social para milhões de pobres e miseráveis, diminuindo, ainda que pouco, a imensa desigualdade que envergonha o país perante o mundo.

A prisão de Lula terá, óbvio, consequências imensas e deletérias para todos. 

Haverá repercussão em inúmeros setores.

O ambiente político ficará ainda mais tumultuado, as tensões na sociedade crescerão, a recessão se aprofundará, haverá mais desemprego, mais falências, mais instabilidade, mais greves, mais pancadaria nas ruas, mais gente ferida - ou morta.

É impossível que os autores da caçada a Lula, ao PT e às suas lideranças não saibam o que resultará da prisão do maior líder popular surgido no país em décadas.

Mas, tudo indica, eles resolveram pagar para ver.

Estão agindo como jogadores desesperados, que, na iminência de serem derrotados, partem para o tudo ou nada.

Preferem arriscar um lance perigosíssimo do que se preparar para a próxima etapa do jogo.

Representam o retrato acabado dessa oposição política sem idéias nem programas, sem nada a oferecer para o desenvolvimento da democracia brasileira.

Se, nessa trágica pantomina, há criminosos que merecem punição, são eles os primeiros que deveriam ser investigados.