Os jornalões destacam a informação de que foram fechadas, no ano passado, 1,5 milhão de vagas de emprego com carteira assinada no país.
Não deixa de ser verdade - afinal a notícia foi dada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Miguel Rossetto.
Mas o que os jornalões não disseram foi que, apesar desses números negativos, o estoque de empregos no Brasil é o 3º melhor da série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), por causa, principalmente, da forte criação de vagas de trabalho desde 2002 - 16,8 milhões de empregos.
Não é pouca coisa.
Como se vê, é aquela história do copo meio cheio ou meio vazio - afinal, como afirma a própria imprensa, 2015 foi um ano terrível.
De volta ao emprego.
Segundo o ministro, as dificuldades conjunturais de 2015 não desorganizaram o mercado de trabalho no Brasil.
Ele ressaltou que a prioridade do governo em 2016 "é a reversão do cenário negativo, recuperação do crescimento econômico e da geração de empregos, com mais crédito, exportação, investimentos nas concessões, especialmente na infraestrutura, redução da inflação e retomada da atividade do mercado interno".
O ministro divulgou na quinta-feira os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) relativos a dezembro e fez um balanço de 2015. No ano foram fechadas 1.542.371 vagas formais e 596.208 em dezembro. "Tivemos um ano de 2015 difícil, mas o mercado de trabalho do país manteve uma capacidade rápida de resposta a estímulos de demanda e um estoque formal forte e organizado de 39,6 milhões de empregos", disse Rossetto. “Mantivemos as conquistas dos últimos anos.”
A perda de 596.208 postos em dezembro é explicada pela sazonalidade característica do mês (entressafra agrícola, término do ciclo escolar, fim das festas do fim do ano, fatores climáticos, redução do número de contratações em relação aos demais meses).
No mês houve redução real de 1,64% no valor do salário médio de admissão, em relação ao mesmo mês em 2014. Em contrapartida, de 2003 a 2015, houve um crescimento de 41,87% no valor dos salários de admissão, passando de R$ 895,69 em 2003 para R$ 1.270,74 no ano passado.
"Os dados mostram também uma capacidade de resistência da renda média no mercado de trabalho, que preserva o poder de compra muito próximo à inflação", destacou Rossetto na entrevista coletiva que deu para anunciar o resultado do Caged.
Entre 2011 e 2015, o valor do salário médio teve um aumento real de 9,95%, passando de R$ 1.155,78 em 2010 para R$ 1.270,74 em 2015. Esse resultado é decorrente do aumento de 10,08% para homens e 11,18% para as mulheres. Entre as 27 unidades da federação, duas obtiveram aumento real no salário de admissão: Distrito Federal (5,39%) e Amapá (0,96%). São Paulo é o Estado com o maior valor do salário médio do país, alcançando R$ 1.467,38.
Os dados do Caged apontam para uma concentração das demissões na Indústria e Construção Civil, mas com um resultado positivo no setor Agropecuário, que apresentou crescimento do emprego em 2015, com 9.821 postos (+0,63% na geração de empregos formais).
Nos demais setores houve recuo na criação de vagas, puxado pelo setor da Indústria de Transformação, com queda de 608.878 vagas. As maiores perdas ocorreram na Indústria Têxtil do Vestuário (-98.825 postos), Indústria de Material de Transporte (-81.225 postos) e na Indústria Metalúrgica (-76.480 postos).
No setor de Serviços, a queda foi de 276.054 postos, mas com saldo positivo em dois ramos: Serviços Médicos e Odontológicos (+50.687 postos) e Ensino (+477 postos). O comportamento do setor Comércio foi proporcionado pelo recuo do emprego no Comércio Varejista (-180.954) e no Comércio Atacadista (-37.696). Na Construção Civil, o saldo foi de -416.959 postos no ano. (Com informações do Ministério do Trabalho e Emprego)
Nada segura o Brasil. A oposição que se cuide. Na primeira que abaixar pra pegar o sabonete: Créu!
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