Este foi um ano atípico para os brasileiros, já que o país, que voava em céu de brigadeiro nos últimos anos, acima das nuvens pesadas da crise mundial, sentiu a economia fraquejar e o cenário político se deteriorar, com a guerra sem trégua que a oposição, representando a oligarquia nacional, deflagrou contra a presidenta Dilma Rousseff.
Se por um lado, porém, o desejo dos golpistas de, a todo custo, extirpar o trabalhismo da vida brasileira trouxe consequências inevitáveis para o desenvolvimento do país, por outro conseguiu o feito de juntar as forças progressistas no desejo de preservar a democracia, jovem e imatura, conquistada com tanto esforço de muitos.
A guerra entre as forças reacionárias e os democratas ainda está longe de terminar, mas 2015 mostrou, ao menos, que a cidadania pode vencer importantes batalhas.
O caso dos estudantes paulistas, que lutaram para manter suas escolas em funcionamento, contra um governo insensível a qualquer causa popular e progressista, é exemplar.
O Brasil seria outro se a maioria de sua população tivesse a consciência de que nada acontece por geração espontânea e nada se conquista sem esforço.
A defesa da ordem institucional, ameaçada por esse ridículo processo de impeachment da presidenta Dilma, com multidões indo às ruas para gritar "não vai ter golpe", e artistas, intelectuais, organizações da sociedade civil, sindicatos e estudantes se unindo para repudiar a farsa, foi outro exemplo de como a democracia avançou no Brasil.
E ela avançaria ainda mais se a oposição ao governo federal apresentasse, em vez de comandos incendiários para aprofundar o ânimo do "quanto pior, melhor", propostas sérias e factíveis como contraponto às políticas econômica e social dos trabalhistas.
É uma pena que a direita brasileira seja o que é: intelectualmente miserável e moralmente condenável.
Dessa forma, claudicando, 2015 chega ao fim, mostrando que o Brasil, apesar do desejo contrário de muitos, pode ainda deixar de ser o "país do futuro" e se tornar a grande potência mundial profetizada em virtude das excepcionais condições para tal, reveladas pela sua dimensão territorial, seus recursos minerais e agropecuários, sua indústria, e principalmente, a inventividade e persistência de seu povo.
2016, tudo indica, será um ano difícil.
Mas não a ponto de fazer a gente desistir do Brasil.
É verdade. Tudo indica que os urubus vão continuar voando em 2016. Mas tem aquele ditado: "praga de urubu magro, não pega em cachorro gordo". Salve o Brasil cada vez mais gordinho, e livre em 2016.
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