segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A hora e a vez do canalha

O que se vê hoje no Brasil é um festival de canalhice.

A cada dia surgem mais canalhas no noticiário, como se eles estivessem disputando um campeonato cujo prêmio maior fosse a absolvição de todas as perfídias morais que tais seres carregam. 

Só para que fique bem claro: canalha é aquele que, na definição do dicionário Caldas Aulete, é "pessoa que tem mau caráter ou comete ações vis, desprezíveis, indignas"... "pessoa infame, reles, moral ou socialmente desprezível".

Antes se dizia que o brasileiro era cordial - pura balela.

Qualquer um que saia às ruas por alguns minutos notará facilmente o gosto pela barbárie que tem o brasileiro médio.


Ele adora ser mal educado, faz questão de ignorar as mais elementares noções de civilidade, desrespeita as normas mais comezinhas de boa convivência, despreza solenemente as leis que julga causar prejuízos a ele.

Não aceita o diferente e a diversidade, insulta as minorias, passa por cima dos desprotegidos e dos fracos, humilha, com prazer, os humildes.

Puxa o saco dos poderosos, faz o impossível para catar as migalhas de seus banquetes, se extasia com a possibilidade de ser notado por um deles.

É incapaz de dialogar - seu cérebro é tão limitado que não compreende os argumentos do outro.

Seu vocabulário é paupérrimo, desconhece a lógica, age sob total influência da mídia, segue o rebanho incondicionalmente.

Não tem senso de ética ou moral. 

Respeita apenas a folclórica "Lei de Gerson", aquela que diz que o certo é levar vantagem em tudo.

Cola adesivos de "Jesus me guia" no seu carro, mas ultrapassa os outros pelo acostamento da estrada.

Chama de ladrão e corrupto o político, mas sonega o imposto de renda.

Repudia princípios científicos básicos.

Ignora a história.

E, o pior de tudo: dorme com a consciência tranquila, porque já não tem consciência, porque é um completo e acabado canalha.

3 comentários:

  1. A mais perfeita descrição de canalha que já tinha lido. Conheci muitos durante minha vida. Porém tem um detalhe. O castigo chega pra eles bem antes do que supõem. Como você bem disse na crônica anterior: "pau que dá em Chico, também dá em Francisco." A lei do retorno é infalível.

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  2. Grande Motta!!!!! O senhor descreveu em minutos a definição e personalidade de um coxinha. Sensacional!!!!!!!!!!!!!

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