O Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, em Jundiaí, comemorou seu 107º aniversário de fundação nesta terça-feira, 28 de abril.
Num país em que livros são tratados como a peste negra, uma biblioteca chegar a essa idade é um feito notável.
Mesmo que, segundo notícias de sócios, o Gabinete, como é chamada a veneranda instituição jundiaiense, esteja praticamente às moscas.
Afinal, nestes tempos de smartphones, tablets, notebooks, e-readers, uma biblioteca de cerca de 50 mil livros é um anacronismo.
Livros de papel?
Os jovens de hoje não sabem nem o que é um jornal, uma revista, o que se dirá então de livros...
Mesmo assim, o Gabinete resiste, talvez pela persistência de alguns abnegados, talvez por fazer parte da história de Jundiaí, talvez porque ainda existam malucos que ainda se deliciem com o universo fantástico contido nos livros - mesmo que sejam de papel.
O Gabinete foi parte de minha infância e adolescência.
Praticamente tudo o que li nesse período vinha de lá.
Ou "filava" livros que meu pai, o capitão Accioly, tirava do Gabinete, ou, já sócio, escolhia, entre aqueles milhares de títulos, as obras que forjaram a minha personalidade.
Amigos lembram, nas redes sociais, o fato de o Gabinete ter sido, na Jundiaí ainda provinciana dos anos 70 e 80, ponto de encontro da juventude, local para palestras e reuniões variadas, exposições de arte - e muito mais.
De fato.
O Gabinete foi tudo isso.
Mas além disso, foi, de certa forma, um farol para várias gerações - uma luz que indicava um caminho, cheio de sonhos, paisagens, terras exóticas, romances, aventuras, emoções...
Um caminho para a vida.
E eu corria para a Biblioteca no bairro que morava na Vila Formosa, assim fazia meus trabalhos escolar, hoje é tudo diferente.
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