Uma das brincadeiras da criançada classe média de hoje é uma passeata anti-Dilma de faz de conta.
Isso mesmo - as crianças agora brincam dessa maneira, fiquei sabendo.
Não fiquei sabendo, porém, se os pais aprovam ou incentivam essa divertida atividade.
Ou se as crianças, para deixar o folguedo mais excitante, bradam as palavras de ordem preferidas dos adultos em seus protesto contra a presidenta (alguns preferem chamá-la de "presidanta") - "vaca", "arrombada", "Dilma, vai tomar no cu", e outras gracinhas do mesmo gênero.
O que sei é que as crianças costumam imitar seus pais, têm-nos como modelo, procuram ser como eles.
Sei ainda que na Alemanha nazista os petizes eram ensinados a odiar os judeus, a achar que eles não prestavam, que eram a escória da humanidade, que mereciam sofrer todo o tipo de violência, desde a psicológica até a física.
O resultado dessa lavagem cerebral imposta ao povo alemão não é segredo de ninguém.
No Brasil de hoje, os pais classe média inconformados com a "corrupção" que, no seu parco raciocínio, começou quando os petistas se instalaram no Palácio do Planalto, levam os filhos, crianças de sete, oito, dez anos, para as manifestações que se pretendem redentoras da moral e dos bons costumes nativos.
Essas em que, com a adrenalina à toda, dão um show de preconceito, ódio, intolerância, estupidez, desinformação, idiotia e imbecilidades a granel.
E fazem com que os filhos não sejam apenas meros espectadores de sua ignorância - praticamente obrigam-nos a compartilhar das baixarias.
A educação brasileira a gente sabe como é.
A educação que muitos pais dão para os filhos, a gente fica sabendo aos poucos, graças à informação que a internet e as redes sociais proporcionam.
Talvez esses pais nem desconfiem, mas eles estão formando uma geração de Adolfos.
Um pouco mais morenos que os originais, mas nem por isso menos perigosos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário