O rinoceronte Cacareco, antecessor de Tiririca, foi eleito vereador em SP |
Mas quando se constata, só para ficar num exemplo mais conhecido, que os paulistas, que já elegeram o "chuchu" Alckmin, estão prestes a cometer novamente essa barbaridade, até que dá para desculpar o "rei" do futebol pela sua frase.
Citei Alckmin, mas poderia citar vários outros políticos que os paulistas sufragaram majoritariamente para cargos do Executivo: Celso Pitta, José Serra, Gilberto Kassab e Paulo Maluf, por exemplo.
Não é um quarteto notável?
A democracia tem dessas coisas.
O eleitor pode, perfeitamente, errar, eleger um picareta ou um sujeito sem nenhuma qualificação intelectual para o cargo de prefeito ou governador de Estado. Ou de presidente da República.
Acontece.
Mas a democracia também permite que esse mesmo eleitor que se enganou uma vez se redima e, numa próxima eleição, rejeite esse político que o decepcionou.
Esse é o grande mérito do regime democrático: dar voz ao povo, propiciar que ele escolha, livremente, seus governantes, que promova uma alternância no poder.
O que ocorre no Brasil - e mais especificamente em São Paulo -, porém, foge à razão.
Ou melhor, é motivo para que os mais sábios dos sábios se debrucem nos seus preciosos livros para tentar decifrar o enigma.
Há duas décadas o Estado mais rico da federação, que já foi chamado de "Locomotiva da Nação", é governado por um grupo político que hoje, em nível federal, faz oposição feroz aos trabalhistas.
Esse grupo representa o que de mais atrasado existe na vida social do país.
É totalmente desligado das organizações populares e sindicais, criminaliza os movimentos sociais e reivindicatórios, exibe resultados menos que medíocres em todas as áreas de governo, aumenta taxas e impostos indiscriminadamente, despreza a transparência administrativa, mente compulsivamente sobre todas as questões que possam significar início de uma crise - e mesmo assim é aprovado pela maioria dos cidadãos!
É fato notório que o prefeito paulistano, o petista Fernando Haddad, tem sido vítima de uma perseguição cotidiana por parte da oligarquia paulista, imprensa incluída.
E também notório que Haddad é um dos melhores quadros políticos já surgidos no passado recente do país.
A tentativa de exterminá-lo politicamente, ao mesmo tempo em que as inúmeras mazelas provocadas por 20 anos de governos tucanos em São Paulo são inteiramente escondidas da população, prova de que a democracia brasileira ainda é muito imperfeita.
Talvez por ser ainda dominada por um grupo de pessoas que preza muito mais manter os imensos privilégios que ainda goza do que ver o país em que vive se transformar numa terra mais justa para todos.
E não há no país local mais exemplar dessa criminosa interferência no processo de consolidação democrático do que São Paulo.
Triste destino o dos paulistas...
Esse equívoco na escolha de seus governantes por parte dos paulistas já vem desde a época de Ademar de Barros, aquele do "rouba, mas faz". O articulista esqueceu, também, de citar Jânio Quadros e Collor, que foram eleitos com o peso do eleitorado paulista.
ResponderExcluir