A situação é terrível na Faixa de Gaza. Centenas de mortos do lado palestino, dezenas do lado israelense. O mundo responde timidamente à morte de civis, muitos deles ainda crianças.
Para os israelenses, a culpa por toda a tragédia é do Hamas. O embaixador de Israel na Alemanha, Yakov Hadas-Handelsman, vai além, e diz que o objetivo do Hamas é que haja muitas vítimas - mesma opinião do "filósofo" Pondé, articulista da Folha.
A defesa do ponto de vista israelense sobre esse novo massacre em Gaza está na entrevista Yakov Hadas-Handelsman deu à Deutsche Welle, o serviço informativo oficial da Alemanha.
A íntegra da entrevista vai a seguir:
Para o embaixador israelense na Alemanha, Yakov Hadas-Handelsman, o objetivo do Hamas é justamente que haja muitas vítimas do lado palestino. Mortes entre civis, afirma o diplomata, jogam a opinião pública contra Israel.
Em entrevista à DW, Hadas-Handelsman lembra que Israel pediu aos moradores da Faixa de Gaza que deixassem suas casas quatro dias antes da ofensiva. A maioria não o fez, e o número de mortos no conflito já passa de 580, grande parte deles civis.
"Lamentamos realmente por qualquer inocente que foi ferido ou morto. Mas o que devemos fazer? Devemos permitir que o Hamas continue a disparar foguetes sobre nossos vilarejos e cidades?", afirma.
Deutsche Welle: Por que o Exército Israelense age de forma tão dura, apesar de todos os apelos internacionais?
Yakov Hadas-Handelsman: No momento, temos o seguinte problema: ali, onde o Exército está israelense está avançando, há uma área residencial, mas também um bastião do Hamas. Ali são fabricados foguetes, está o centro de comando, se iniciam os túneis que levam a Israel. Anteriormente, advertimos durante quatro dias e pedimos aos moradores para que deixassem seus prédios. Infelizmente, a maioria deles não o fez – também porque foram ameaçados pelo Hamas. Lamentamos realmente por qualquer inocente que foi ferido ou morto. Mas o que devemos fazer? Devemos permitir que o Hamas continue a disparar foguetes sobre nossos vilarejos e cidades? Devemos permitir que eles continuem a penetrar no território israelense através dos túneis, para assassinar civis? Estávamos dispostos a um cessar-fogo. Houve a proposta do governo egípcio para uma trégua. O gabinete israelense aprovou, o Hamas rejeitou. O cessar-fogo temporário por razões humanitárias também foi quebrado pouco tempo depois pelo Hamas. Eles usam as pessoas lá como escudos humanos.
DW: Não são poucas as vozes que dizem: militarmente, esse conflito continua sem solução, porque ele não pode ser ganho, permanentemente, por nenhuma das partes. Não faria então mais sentido empregar a energia nos esforços para se chegar a uma nova trégua e se iniciar negociações sérias?
Yakov Hadas-Handelsman: Para um cessar-fogo é preciso sempre dois lados. O povo do Hamas continua a se recusar, a maioria deles está escondida em algum bunker ou num hotel 5 estrelas em algum Estado do Golfo. Eles se importam com a morte de pessoas? Eu não quero ser cínico, mas, para o Hamas, o objetivo é justamente que haja muitas vítimas, para que a opinião pública veja os crimes que, segundo eles, Israel está cometendo: genocídio, massacre e assim por diante. Lamentamos realmente pelas muitas pessoas que morreram, mas, ao mesmo tempo, soldados israelenses também foram mortos. Isso mostra que há combates e não é assim simplesmente que o Exército israelense esteja bombardeando qualquer área residencial.
DW: Mesmo assim surge a questão fundamental sobre o aspecto humanitário e sobre a proporcionalidade dos meios empregados. Vê-se a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, onde as pessoas realmente não sabem para onde fugir. Tais princípios ainda valem para Israel?
Yakov Hadas-Handelsman: Os postos de fronteira para Israel estão abertos. Em média, a cada dia entra uma centena de caminhões transportando suprimentos: alimentos, remédios, gasolina e gás. O fato de permitirmos à população que tenham acesso a tudo é algo sem precedentes numa guerra. E a razão é muito simples: não temos nada contra o povo palestino, contra essas pobres pessoas. Mas combatemos terroristas. E não se pode tolerar que as pessoas em Israel tenham sempre de viver com o medo de que, em breve, as sirenes comecem a tocar.
DW: Em alguns países europeus, principalmente na França e na Alemanha, houve no último fim de semana diversas manifestações anti-Israel – algumas delas escalaram para a violência. Isso é preocupante?
Yakov Hadas-Handelsman: Isso nos preocupa. Não temos nada contra as manifestações e contra a liberdade de se expressar, isso é a essência da democracia. Mas quando se trata de violência contra a polícia ou manifestantes pró-Israel, como aconteceu neste fim de semana, então não se pode aceitar. Acho que os alemães também deveriam se preocupar com slogans antissemitas como "judeus para a câmara de gás". Resta a questão de como lidar com tais afirmações.
DW: Mas também há muitas pessoas na Alemanha que gostam de Israel, mas que consideram desproporcional a ofensiva na Faixa de Gaza? O senhor é da opinião de que as críticas contra a operação militar se dirigem, inevitavelmente, contra Israel?
Yakov Hadas-Handelsman: Nós não gostamos que Israel seja visto automaticamente como culpado. Dizemos sempre que existem três padrões na ONU: um para a maioria dos Estados não democráticos, um para os Estados democráticos, e um para Israel. Deixamos a Faixa de Gaza nove anos atrás – e isso somente para mostrar aos palestinos e ao mundo que estamos dispostos à paz. E o que recebemos? Uma organização terrorista, cujo principal objetivo é aniquilar Israel. Todos têm a liberdade de criticar Israel. Mas espero que haja sensibilidade nesse ponto, para que se reconheçam as realidades. Também no caso atual, esperamos durante semanas e advertimos, e o Hamas continuou a nos provocar – o que você acha que deveríamos fazer?
DW: No entanto, já está claro que, dessa maneira, uma solução está cada vez mais longe de ser alcançada. Em sua opinião, como a situação deve continuar?
Yakov Hadas-Handelsman: Em meu ponto de vista, há uma solução: uma vez que a violência acabe, e isso deve acontecer em ambos os lados, então se poderia desarmar o Hamas. Pois a situação não pode continuar assim, os israelenses têm o direito de viver como gente normal, da mesma forma que os palestinos têm o direito de levar uma vida normal e não ser ameaçados por uma organização terrorista. O problema é: quando se vê as exigências do Hamas, muitas delas não têm nada a ver com Israel. O Hamas está fazendo tudo isso, principalmente porque está sem dinheiro. Mahmoud Abbas não tem dinheiro suficiente nem para pagar os funcionários do chamado governo. O Egito fechou definitivamente a fronteira para os territórios palestinos, porque também para eles o Hamas passou a ser um inimigo – isso não tem nada a ver conosco. Precisamos antes de tudo um cessar-fogo, então se pode conversar com calma sobre tudo. Mas o mais importante é que o Hamas perca as suas capacidades militares.
Essas duas tribos nunca se entenderam. Mas têm duas cousas em comum: ambas são filhas de Abraão; ambas estão sempre com medo uma da outra; não confiam uma na outra. E isso tornou-se um martírio cultural entre esses dois povos. Bom. Mas se estão com medo uma da oura e se são filhas do mesmo Pai Abraão, era hora de as duas se reunirem para se conhecerem mellor, trocarem ideias sobre aquilo que as faz se temerem tanto e aí cada uma desfazer esse medo e viver em paz! Conheço a história de Israel depois dos sofrimentos da II Guerra e como entraram na Palestina. E o rancor daí pra cá foi se alimentando. Os dois povos têm que se perdoar! É duro, né? Cada um terá que ceder em algum ponto! Israel, por exemplo, deveria acolher a primeira recomendação da UNO da criação do Estado Palestino. Assim: um lugar chamado Canaan, formada por dois Estados independentes: Israel e Palestina. Os dois não teriam as famosas Forças Armadas. Apenas uma polícia...de cada lado! Aí era beleza! Lindo! Pronto!
ResponderExcluirPode acreditar Motta. Rezo todo dia e peco a Deus que proteja as criancas dessa gente insana.
ResponderExcluirHamas é o PSOL do Oriente Médio.
ResponderExcluir