segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

As montadoras à beira da falência

Mais alguns dias e os jornalões vão mostrar fotos dos pátios das montadoras cheios para que o leitor acredite que os estoques estão altos, que a ociosidade das fábricas está elevada, que do jeito que o mercado está parado em breve as empresas serão obrigadas a demitir.
Todo ano é a mesma coisa.
Os manda-chuvas da indústria automobilística já começaram, com a cara de pau de sempre, o tremendo lobby para extrair mais vantagens do governo federal: a isenção de IPI termina neste ano.
A GM deu uma amostra da maldade desse setor, ao demitir mais de mil funcionários no fim de ano.

Para dar efeito ainda mais dramático às declarações de seus executivos, os números do desempenho das montadoras em 2013 são escandalosamente manipulados - e, como já é praxe, os repórteres simplesmente reproduzem as falas como papagaios, não contestam absolutamente nada, não dão um pio, morrem de medo de contrariar os "altos" executivos que se dignam a falar com eles.
O Brasil é hoje o quarto maior mercado mundial de veículos, atrás apenas da China, dos Estados Unidos e do Japão. 
Eles são potências, nós, o atraso...
É impressionante como a produção e as vendas cresceram nos últimos anos, turbinadas por uma oferta generosa de crédito e da melhoria da condição econômica da população em geral.
E também, é bom que se diga, o governo federal tem sido de uma generosidade incomum ao setor, promovendo, ano após ano, renúncias fiscais por meio de reduções de IPI e dando toda a proteção do mundo a quem tem fábrica no Brasil.
O real valorizado é outro componente que ajuda sobremaneira as montadoras, que têm feito do país uma rendosa plataforma de exportação.
No ano passado foram produzidos e vendidos cerca de 3,5 milhões de veículos, um número em linha com o desempenho de 2012.
Mas é claro que os fabricantes reclamam que as suas previsões não se concretizaram, como se a culpa pelo cálculo errado não fosse exclusivamente deles.
As projeções que fazem para este ano vão na linha da catástrofe, adotada por outros tantos setores empresariais.
É fato notório que o empresário brasileiro só sabe reclamar, que, para ele, o governo ideal é aquele que não cobra impostos, que não dá a mínima aos direitos trabalhistas e o socorre sempre que for preciso - o que, em se tratando dos "gênios" do empreendedorismo que nós temos, é uma necessidade frequente.
Mas há vários que estão passando da conta, que promovem uma verdadeira campanha de terror, pintando um quadro da realidade que só existe na cabeça de alguns tantos sociopatas que infestam o ambiente democrático.
Em outras palavras, e para ser bem claro, há empresários que se dedicam mais à sabotagem do governo federal do que a seus negócios. A indústria automobilística ainda não chegou a esse ponto. 
Está bem perto, porém, com atitudes descabidas como a demissão em massa justamente numa época de festas que é o fim de ano e com as declarações fantasiosas prevendo tempos tenebrosos em 2014, que, não por coincidência, é ano de eleição presidencial.

4 comentários:


  1. É preciso que a população brasileira se indigne com a atitude da GM de demitir trabalhadores depois de mamar nas tetas do governo via renuncia fiscal do IPI, credito abundante e etc.
    Que tal nos brasileiros se fizermos boicote na compra de carros desta marca "GM".?
    A partir de uma reação como essa de boicote, garanto que as empresa pensaram 2, 10, 1.000 vezes antes de tomarem atitudes arrogantes.
    JBCury

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    1. Concordo. Quando a Ford, transferiu sua pretensão de abrir uma fábrica aqui no RGS para a Bahia, houve um boicote natural por parte da população na hora de comprar carros desta montadora. Devem ter sentido, e muito no bolso o desrespeito com o gaúcho.

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  2. Nunca mais vou comprar uma merda da GM, aliás, vou andar de buzão!!!

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  3. O povo brasileiro tem que começar a dar resposta para esta gente:
    boicotar,não comprar ou exigir condições dignas para adquirir o que quer que seja!

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