Fim de ano. E os motoristas velozes e furiosos

A presidenta Dilma Rousseff se desculpou por ter andado de carro com o neto Gabriel, de 3 anos de idade, sem o equipamento de segurança necessário. Ao considerar o fato como um “erro”, a presidenta disse que,segundo a legislação de trânsito, crianças devem andar na cadeirinha. “Estive hoje na casa da minha filha e, de lá, levei meu neto à casa do avô, que fica no mesmo bairro”, relatou Dilma pelo Twitter. O fato ocorreu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para onde a presidenta foi, a fim de inaugurar a rodovia BR-448. A filha, Paula Rousseff, e o seu neto, assim como o ex-marido, Carlos Araújo, moram na capital gaúcha. “Meu neto foi abraçado comigo no banco de trás. Foi um erro. A legislação de trânsito é clara: criança tem que andar na cadeirinha. Peço desculpas pelo erro”, escreveu.
O incidente parece coisa banal, mas faz parte de milhares de outros que diariamente ocorrem nas ruas e estradas do país. Muitos deles, infelizmente, são muito mais graves que esse da presidenta.

E é nesta época do ano, que deveria ser de festas, que o trânsito faz mais vítimas.
Qualquer pessoa com o mínimo poder de observação nota que pelo menos 80% dos motoristas dirige sem observar as mais básicas regras do Código de Trânsito Brasileiro. 
As infrações cometidas formam um imenso mosaico: colar no veículo da frente, desrespeitando uma norma primária de segurança, ultrapassar em locais proibidos, ignorar a faixa de pedestres, andar muito acima do limite de velocidade - e por aí vai.
A impressão que se tem é que o motorista brasileiro é um ignorante absoluto, um completo idiota que pegou um carro naquela hora e, depois de descobrir o acelerador, partiu à toda para conquistar o mundo.
Ou explorar o além, porque não há ninguém que coíba esse tipo de direção temerária e inconsequente.
A Polícia Rodoviária só aparece depois que acontece um acidente.
Nas "espetaculares" estradas paulistas, que cobram os mais caros pedágios do mundo, impera a lei da selva - é um salve-se-quem-puder total.
A sinalização existe apenas como enfeite para a maioria dos motoristas, que dirige como se o espírito de um Ayrton Senna alucinado pairasse sobre todos.
De vez em quando se ouve falar que a legislação de trânsito vai ser mais dura com os infratores.
Nada acontece, porém.
A impressão é justamente o contrário, de que as leis de trânsito estão aí apenas para serem desrespeitadas.
Qualquer morte é estúpida.
Mas morrer por causa de um "acidente" automobilístico é mais que uma estupidez, é uma barbaridade, uma prova que o ser humano tem ainda muito a evoluir.