2014 e a batalha pelo poder

A julgar pelo noticiário dos jornalões, que a contragosto abordam o assunto, o escandaloso caso da corrupção ferroviária paulista vai longe.
O inquérito, por incluir parlamentares, que têm foro privilegiado, segue para o STF.
Assim, tudo indica, as notícias continuarão a ser publicadas em plena campanha eleitoral do ano que vem - o que é péssimo para os tucanos paulistas.
O governador Geraldo Alckmin está hoje confortavelmente liderando as pesquisas de intenção de voto.
Mas um escândalo da proporção desses dos trens pode afetá-lo de maneira definitiva, enterrando suas pretensões de ser reeleito.
Tudo dependerá, porém, de como os jornalões continuarão cobrindo o caso.
Até agora, eles se mostram uma falta de apetite preocupante.

São movidos apenas pela indignação de parte de seus leitores.
Não escondem, porém, que têm lado e posição política bem definidos.
Estão alinhados com a oposição, agem como o mais eficiente partido oposicionista, mostram uma antipatia profunda pelo PT e aliados.
São, como vários membros do Judiciário, adeptos fervorosos da máxima "dois pesos, duas medidas".
Aos inimigos, tudo; aos amigos, a lei.
E se ainda não lograram êxito no caudal de desinformação, de mentiras, de boatos e fofocas diariamente despejado de suas redações é porque a força da internet se faz sentir mais a cada dia - a cada dia a informação não monopolizada pela mídia tradicional se mostra eficiente.
2104 será um ano de muitas emoções.
E pode até mesmo, por meio do embate dessas forças ideológicas conflitantes, ser um marco na jovem democracia brasileira.
É de se esperar que a turma do contra faça qualquer coisa para ter êxito dessa vez - o que inclui, naturalmente, o jogo mais sujo jamais visto nesta terra, que, segundo julgam, sempre pertenceu e pertencerá a eles.