terça-feira, 5 de novembro de 2013

A caça aos ratos incomoda muita gente


A gestão de Fernando Haddad à frente da prefeitura de São Paulo é um exemplo que deveria ser seguido por todos os administradores públicos. Afinal, combater a corrupção não é o desejo explícito da maioria dos cidadãos brasileiros?
Pois Haddad, ao criar a Controladoria-Geral do Município, o órgão caça-corruptos que descobriu a existência de um bando na Secretaria de Finanças e investiga a existência de dezenas de outros suspeitos, foi além de simplesmente atender ao desejo da população: está dando à máquina administrativa da cidade condições para que ela expurgue a sua banda podre, algo que os prefeitos anteriores, seja lá por quais razões, não fizeram.

É quase impossível acreditar que uma cidade do tamanho e da importância de São Paulo não tivesse um órgão como essa CGM e deixasse, como se diz popularmente, a raposa tomar conta do galinheiro.
Haddad, a bem da verdade, nem foi original quando criou a CGM: ele se inspirou no bem sucedido trabalho da Controladoria-Geral da União, que faz o mesmo serviço em nível da administração pública federal e começou a funcionar no governo Lula.
Caçar corruptos deveria ser obrigação de todo governante.
Se eles dedicassem algum tempo de seu trabalho a essa tarefa salutar, o país estaria hoje bem diferente, muito melhor.
Corrupção não pode ser combatida apenas com palavras de ordem. 
Para que ela diminua realmente é preciso perseguí-la diuturnamente, sem trégua, e punir exemplarmente quem faz uso dela - e não só o corrupto, mas o corruptor também.
O problema todo é que muita gente, no momento, se sente incomodada com a ação de Haddad - e não são apenas os alvos das investigações.
Políticos e até parte da imprensa não estão gostando nem um pouco do trabalho da CGM.
Os primeiros por temerem que Haddad - e o seu partido - se beneficiem eleitoralmente.
Os outros porque sabem que, mais dia, menos dia, alguns bons amigos do peito cairão no laço dos caça-corruptos.
E aí, então, será um salve-se quem puder.




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