domingo, 2 de junho de 2013

SP vota em Alckmin, Maluf, Serra, Kassab. E reclama da violência...


Um dos apresentadores do programa CQC, da rede Bandeirantes, Felipe Andreoli, que foi vítima de um arrastão na noite de quinta-feira (30) no restaurante Ruella, no bairro paulistano do Itaim Bibi, área nobre da capital, usou as redes sociais para expressar indignação com a insegurança pública. Em sua conta no tumblr, disse que há menos de dois meses sua mãe e tias já haviam sido vítimas da violência em São Paulo: elas foram assaltados na porta da maternidade do Hospital São Luiz, a uma quadra do restaurante.

Na noite de quinta-feira, ele jantava com familiares no restaurante no momento do crime. "Mais uma data feliz, o aniversário da minha mãe, foi arruinado por um arrastão no restaurante em que estávamos", disse. Cerca de 80 pessoas estavam no local, e ao menos 20 foram roubadas. "A dona do restaurante, uma querida, chegou com lágrimas nos olhos pedindo desculpas a todos  - como se ela tivesse culpa - fez o que deveria fazer o sr. Geraldo Alckmin, responsável pela PM do Estado e da cidade, mas, porque não, o sr. Fernando Haddad, prefeito de SP. Para mim, não é o PT, não é PSDB, são todos, todos que ocupam o poder e o utilizam para benefício próprio, ou fazer propaganda dessas parcas medidas que tomam", desabafou. Com esse, São Paulo registra 21 arrastões a bares e restaurantes somente neste ano
A dona do restaurante, Danielle Dahoui, escreveu, a pedido da Folha, um texto sobre o ocorrido:
"Há 17 anos saio da Vila Olímpia para trabalhar no Ruella superfeliz e realizada. Ontem [anteontem], estava uma noite deliciosa, fria, cheia de casais e famílias celebrando a vida. Criei e fiz meus seis restaurantes entre Rio e São Paulo sempre pensando em receber amigos em casa. Um lugar aconchegante que estimule as relações e o amor. Com detalhes cheios de histórias para contar. Já passei por várias situações complicadas nesses 23 anos como chef e 'restauratrice', mas nunca um arrastão. Nem imaginava que pudesse acontecer. Foi uma sensação de impotência ver meus colaboradores acuados e clientes com medo. Sem que eu pudesse fazer nada para protegê-los. Foi tudo muito rápido, mas deu tempo de ter muitos sentimentos e eu só conseguia pedir: 'Por favor, que ninguém se machuque.'
Voltei ao Brasil em 1996 depois de três anos na França. Ainda acreditava que poderia mudar o mundo. E é frustrante a sensação de que tudo está errado no país que você ama e escolheu para viver. Pago meus impostos em dia, resolvo meus erros, traço minhas vitórias, tenho compaixão ao próximo, amo a vida, cuido da minha equipe como da minha família e respeito a todos. Faço minha parte como cidadã proativa. E só peço aos políticos  - a quem pago os salários, mordomias, 14º, 15º, entre outros - que façam a parte deles. Eles nos devem satisfação de cada centavo que gastam dos cofres públicos. 
CONCHAVOS 
Nossas leis são arcaicas e burocráticas para criar a necessidade de conchavos, subornos e desvios. Nossa polícia é despreparada, mal treinada, mal armada, mal remunerada. São Paulo era a terra da gastronomia, da diversão, da arte, do trabalho. Mas, graças ao total abandono que vivemos, virou terra de ninguém. Melhor dizendo, virou a terra do arrastão, das chacinas. Peço ao poder público que ajude a quem apenas busca ser competente, honesto e profissional. Só desse jeito poderemos construir um Brasil justo, sem esmolas. Com oportunidade para todos. Não dá para ser feliz sozinho."
Agora, alguns poucos comentários sobre a notícia.
O rapaz do CQC culpa o prefeito paulistano pela violência. É totalmente desinformado - ou mal intencionado. A competência pela segurança pública é do governo do Estado, a quem as polícias civil e militar estão subordinadas. O prefeito só manda  na Guarda Civil Metropolitana, cujas atribuições são cuidar dos imóveis, praças e jardins do município. O Ruella, ao que me consta, não é da prefeitura.
Quanto ao artigo da dona do restaurante, quase tudo nela é correto.
Mas cabe uma observação: São Paulo, efetivamente, não chegou ao "total abandono" nem virou "a terra do arrastão, das chacinas" por geração espontânea.
Se está hoje desse jeito é exatamente porque seus governantes foram incompetentes, escolheram mal as prioridades, administraram para os ricos, abandonaram completamente a cidade, trocaram o bem-estar público pelo de uma minoria privilegiada.
E se fizeram isso, durante tantos anos, é porque contaram com o beneplácito de grande parte da população, especialmente de uma classe média que votou neles, que os elegeu, e nada fez para impedir que a tragédia se consumasse.
A sabedoria popular criou um ditado que cabe perfeitamente nessa situação: "Quem pariu Mateus que o embale."

2 comentários:

  1. Perfeito o comentário final. Acrescento, apenas, que nossa polícia não é despreparada ou mal treinada. Nossa polícia funciona - e muito bem. O que não funciona é a política de segurança pública e a maldita mania de admitir interferência dos "direitos humanos", engessando, assim, a ação policial.
    Basta pesquisar para saber o que acontece a um policial que troca tiros e acaba abatendo o vagabundo.
    Diga-se de passagem que o PCC nasceu e cresceu nas mãos de Alckmin. A classe média o adora. Ou adorava.
    (obs.: coloquei anônimo pq não consegui logar)

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  2. pra mim, quem fundou o PCC foi o alkimim governador de SAO PAULO, junto com os DEPUTADOS FEDERAIS, ESTADUAIS E TAMBEM OS SENADORES,que sao os unicos que podem mudar tudo isso e nao fazem ou sao todos do PCC ou ganham propina para nada fazerem e a populacao fica a deriva, e hora de se armar e ir pra guerra.

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