segunda-feira, 27 de maio de 2013

Civita, o pensador


A própria Veja, em seu site, se encarregou de desvendar ao público o que pensava o boss Roberto Civita, que partiu desta para uma melhor  - ou pior, sabe-se lá - sobre o Brasil, o mundo, as complexas relações do poder, sobre a vida, enfim.
Com o título "Como Roberto Civita viu o Brasil", a Veja reuniu textos de sua autoria - ou assinados por ele - publicados anualmente (dá um trabalho escrever...) na revista, como uma espécie de balanço do ano.
Como se vê pelos melhores momentos abaixo, ele foi um notável pensador, claramente subestimado pela  intelligentsia marxista/esquerdista/lulopetista que domina o país:

"Na frente das nossas instituições democráticas, 2012 certamente foi um ano de enorme avanço. Em um processo histórico, o Supremo Tribunal Federal julgou 38 réus acusados de participar do maior escândalo político da história do país. O tribunal condenou 25 deles ao pagamento de pesadas multas e, ainda mais significativo, apenas de prisão. Notável também foi o fato de os principais líderes terem recebido as punições mais severas. Isso tudo ao cabo de um longo e meticuloso trabalho de investigação realizado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal - acompanhado passo a passo desde o início por VEJA e pelos demais veículos responsáveis da imprensa brasileira." (26 de dezembro de 2012)

"Veja faz o que faz ao desvendar esquemas de corrupção em qualquer esfera pública não pelo gosto de fazê-lo ou para aumentar a sua circulação — de longe a maior de qualquer publicação do país. Não porque apoiamos este ou aquele partido ou candidato. Não porque estamos defendendo ou promovendo “interesses ocultos’’ ou “propósitos escusos’’. Não porque somos insensíveis ou agressivos ou destrutivos. Mas porque entendemos que essa é a função e a principal responsabilidade da imprensa. Procurar a verdade e contá-la. Esclarecer, analisar, e interpretar. Contribuir para o debate público. Exigir respeito ao estado de direito. Defender as instituições, e não os homens." (28 de dezembro de 2005)

"Precisamos de menos debates sobre diferentes modelos de desenvolvimento e mais ênfase na indispensabilidade de governos eficazes. Isso implica — fundamentalmente — fazer mais com menos, e não pouco com cada vez mais. Exige competência, disciplina e persistência. E deve resultar numa máquina pública que gaste menos do que arrecada para poder investir maciçamente em saúde e nutrição, habitação e educação de qualidade — as únicas coisas realmente capazes de acabar com o círculo vicioso da pobreza." (5 de janeiro de 2005)

"Acredito que, quanto mais duro for o governo Lula no seu primeiro ano, tanto melhores serão as chances de o Brasil retomar um caminho ascendente ao longo dos anos seguintes. Para isso, é preciso que o presidente saiba dizer não nos momentos de maior pressão ou tentação. Faço votos de que 2003 seja o ano em que o novo governo demonstre a firmeza, a coragem e a sabedoria de que tanto precisamos para consolidar as bases do grande país que desejamos para os nossos filhos e netos." (8 de janeiro de 2003) 

"O que mais me surpreende no Brasil de hoje é como subestimamos os enormes avanços realizados em tão pouco tempo. Pois basta voltarmos para meados da década passada — apenas alguns minutos na história do país — para nos dar conta de quanto progredimos. O ponto de partida — nunca esqueçamos — foi o fim da inflação devastadora que solapou a economia, os valores e qualquer esperança de maior justiça social no Brasil durante pelo menos duas gerações. Em reconhecimento dessa façanha, elegemos seu principal responsável para a Presidência da República e embarcamos num período de mudanças que está transformando o país." (9 de janeiro de 2002)

"Em apenas doze meses, o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso conseguiu avançar significativamente na estabilização econômica iniciada com o Plano Real, de 1994. Fechamos 1995 com uma inflação em torno de 20% — contra um índice de 2 400% no ano de 1993, antes do Real — e, o que é igualmente impressionante, com total liberdade de preços. Em função disso, nossas reservas aumentaram a níveis recordes, a economia do país cresceu respeitáveis 4% e o poder aquisitivo da parcela mais pobre da população aumentou cerca de 30% em termos reais, que é certamente o melhor resultado “social” que poderíamos ter desejado."(3 de janeiro de 1996)

"A função essencial dos governos não é a de desenvolver os países, e sim a de criar condições para que se desenvolvam. Quem faz o desenvolvimento são as centenas de milhares de empresas, agricultores, escolas, entidades e indivíduos que – livres para perseguir seus interesses e ambições – inventam, investem, produzem, compram, vendem, exportam, empregam e criam riquezas em benefício não só deles mesmos mas de todo o país." (4 de janeiro de 1995)

"1992 foi ao mesmo tempo o melhor e o pior ano das últimas décadas. Do lado negativo, tivemos o agravamento da recessão, o aumento do desemprego, o desespero das empresas e – mais uma vez – inflação acima de 1 000%. Em compensação, vivemos um glorioso ano político em que nossas instituições democráticas se somaram ao povo na rua para derrubar – dentro da letra e do espírito da lei – um presidente corrupto."  (8 de janeiro de 1993)

"Alguém já disse que a diferença entre problemas e dificuldades é que os primeiros têm solução. Visto desse ângulo o Brasil continua sendo um país privilegiado, pois só tem problemas simples (embora vastos) para resolver. Não há nenhuma grande dúvida filosófica ou angústia existencial servindo de obstáculo, impedindo que o Brasil resolva seus problemas mais prementes. É preciso “apenas” construir estradas, hidrelétricas, escolas, casas e hospitais. Instalar linhas telefônicas e sistemas de abastecimento de água e esgotos. Formar professores, alunos, técnicos e administradores. E, principalmente, reformular um monte de estruturas arcaicas – que vão desde o clientelismo e o protecionismo até o apadrinhamento e os oligopólios." (26 de dezembro de 1990)

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