Hoje, quando esses mesmos sábios clamam para que as autoridades façam justamente o contrário, não há mais nenhum dúvida de que os apelos de antigamente não tinham nenhum sinceridade: eram apenas uma peça da interminável propaganda da turma "do contra", somente outra granada lançada pela artilharia pesada desse pessoal que não se conforma com as derrotas sucessivas nas urnas.
Ninguém que diz apoiar seus argumentos em bases científicas pode mudar de posição tão rápida e radicalmente.
A conversa de que o aumento da Selic, taxa básica de juros do Brasil, é necessário para combater uma inflação resistente só pode ser encarada como uma piada de mau gosto.
A inflação está no lugar onde sempre esteve nos últimos anos: num mês sobe mais, noutro sobe menos, sob a influência de fatores variados, conjunturais somente.
O remédio receitado por esses gênios da raça é como as tisanas de antigamente, amargas e sem efeito nenhum.
A campanha massacrante pelo aumento dos juros é a manifestação mais canalha da turma do contra já feita até hoje - e olha que eles já fizeram de tudo para solapar o governo trabalhista.
Juros altos são uma desgraça para todos, desde o cidadão comum até o industrial.
Ou melhor, para quase todos, porque há um espécime que só sobrevive graças a eles.
É a dos especuladores, dos rentistas, dos banqueiros e agiotas.
Como se vê, apenas gente fina gosta e aplaude os juros altos.
Mas não podemos esquecer de quem dá voz a esses personagens das sombras, os tais analistas, os articulistas, os pseudocientistas que manipulam números de modo a fazer as suas teses absurdas soarem com um mínimo de razoabilidade.
Economistas a soldo de corretoras e bancos...
Jornalistas que evocam "altas fontes" anônimas...
Adoradores do deus mercado, sem pátria e sem escrúpulos, isso sim.
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