segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Ditadura à brasileira


Os opositores do regime cubano batem na tecla de que uma sociedade que tem apenas um jornal à sua disposição, e ainda mais a favor do governo, não pode ser uma democracia.
Talvez eles tenham razão se a gente analisar a questão sob a lógica ocidental, que diz que o sistema democrático pressupõe, entre outras coisas, a pluralidade de opiniões, a livre expressão e a informação acessível a todos.
E, se esses pressupostos funcionam para Cuba, deveriam funcionar para o Brasil, onde os meios de comunicação de massa são controlados por meia dúzia de famílias, defendem a mesma ideologia e não dão espaço para o contraditório.
Aqui, é bom lembrar, quem leva uma paulada, por um motivo qualquer, de um jornal, ou de uma emissora de TV ou de rádio, por obra e graça do Supremo Tribunal Federal, que acabou com a Lei de Imprensa, não tem para quem recorrer para expor a sua versão dos fatos.
Ou melhor, tem: a Justiça comum, essa que demora um século para resolver as demandas mais triviais.
A verdade é que os nossos jornais - e emissoras de rádio e TV, além, é claro das poucas revistas informativas - funcionam apenas como balcões de negócios.
Nenhum desses tais "empresários de comunicação" liga a mínima para a função social que deveria estar embutida na atividade que exerce.
Ele só quer lucrar, só quer fazer lobby de seus interesses econômicos e políticos.
Claro que tudo isso é feito de modo que pareça o mais "profissional" possível.
Assim, a maioria quase total acredita mesmo nisso, que o que está escrito no jornal é verdade e que o que o locutor da televisão fala deve ser levado a sério.
Sei que vão dizer que o capitalismo é assim mesmo, esse blá-blá-blá de que todos têm oportunidades iguais - o cinismo aumenta como erva daninha nestes tempos.
Eu, por mim, só vou estar convencido de que vivo numa verdadeira democracia quando os meios de comunicação de massa estiverem refletindo a realidade do nosso país, e não só o que pensam os seus donos.
Sem que isso ocorra, estaremos apenas fazendo o jogo da oligarquia, que quer que essa situação permaneça para sempre, com a informação sendo manipulada na maior cara dura, para que alguns poucos sejam beneficiados e a grande maioria continue excluída dos seus direitos mais essenciais.

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