quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O choro dos descontentes


O que parecia apenas uma piada - de mau gosto - virou fato: o PSDB entrou mesmo com uma representação pedindo que a Procuradoria Geral da República apresente uma ação de improbidade administrativa contra a presidente Dilma Rousseff pelo anúncio, em cadeia nacional de rádio e TV, da redução das tarifas de energia elétrica.
Os tucanos argumentam que Dilma usou a máquina pública para atacar a oposição e, assim, antecipar sua campanha pela reeleição de 2014. Segundo o vice-líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), Dilma deixou claro que não falava para a nação, mas a seus eleitores. "Ao invés de falar ao povo, ela definiu o povo como sendo contrários a seu governo ou favoráveis", afirmou. "Ela não pode se valer da estrutura do Estado para fazer campanha antecipada. A pergunta que não quer calar é será que ela vai se valer da estrutura do Estado, dos pronunciamentos, para anunciar o aumento da inflação do ano passado, do aumento da gasolina? Não é possível fazer campanha às custas do dinheiro público."
Na ação, os tucanos alegam que o pronunciamento usou recursos gráficos semelhantes aos aplicados na propaganda eleitoral de Dilma em 2010. "Ela deixou de usar o brasão da República para usar a logomarca do governo. Ao invés de aparecer o nome Dilma Rousseff, enalteceu-se o nome Dilma, justamente para enaltecer o nome que fez a campanha eleitoral, e ainda usou uma roupa vermelha que é a cor do PT."
Na mesma terça-feira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, informou que enviará nos próximos dias à primeira instância do Ministério Público as informações prestadas pelo empresário mineiro Marcos Valério na tentativa de envolver diretamente o ex-presidente Lula ao esquema do chamado mensalão. "Estou apenas concluindo a análise para que possa efetivamente verificar se não há qualquer pessoa com prerrogativa de foro envolvida e, em não havendo, como o ex-presidente já não detém essa prerrogativa de foro, a hipótese será de envio à procuradoria da República em primeiro grau", disse.
As duas notícias, lidas isoladamente, poderiam indicar que a democracia no Brasil funciona plenamente, já que permite às minorias, no caso os tucanos, manifestar livremente sua indignação, assim como ao sistema Judiciário exercer sem impedimento de nenhum tipo as suas funções.
Lidas em conjunto, porém, indicam que há mais do que simples aviões de carreira no ar.
Mostram que para certos grupos sociais a democracia não é uma coisa boa, já que possibilita que eles, de acordo com a decisão soberana do povo, via eleição, fiquem marginalizados no processo político.
Para tais pessoas, os do contra, isso tem de acabar.
De um modo ou de outro.
Dá para entender?

3 comentários:

  1. Uma questão: quando um partido entra com pedido de investigação por motivo fútil, quem paga o gasto da investigação? Somos nós, os eleitores, os representados? Essa leviandade pode ser contestada juridicamente junto ao ministério público por um de nós, eleitores?

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  2. As tarifas de energia cairão em todo o país, graças ao governo, mas é segredo!!! Não conta pra ninguém!

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  3. É a famosa litigância de má fé ... se for proposta perante um juiz sério, ele pode penalizar quem o fez.

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