terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Direita em dose dupla


Em Londres, o vice-governador paulista Afif Domingos, dá entrevista à Folha e responde às perguntas como se já tivesse assumido o cargo de ministro da Pequena e Média Empresa do governo Dilma, pasta que ainda nem foi criada.
Segundo Afif, a sua nomeação faz parte do acordo com o governo federal para o PSD, partido que ajudou a criar junto com o ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab, integrar a base de apoio.
Afif, muitos devem saber, é um antipetista virulento. Discípulo de Paulo Maluf, construiu a sua carreira política tendo como base a Associação Comercial de São Paulo, da qual foi presidente inúmeras vezes. Pulou de partido ao sabor de suas conveniências, mas nunca deixou de ser um legítimo representante da direita mais burra e radical, aquela que prega o tal "Estado mínimo", no qual ninguém, com exceção dos pobres, claro, deve pagar impostos.
Agora, parece ter encontrado, definitivamente, o seu lugar: o PSD, que na definição de Kassab, seu principal ideólogo, "não é de direita, nem de esquerda" - ou seja, está pronto a embarcar em qualquer governo, desde que tenha suas compensações.
É a "realpolitik" à brasileira...
No mesmo dia em que Afif revelava seus planos na fria Londres, na chuvosa São Paulo outro antipetista histórico, o ex-governador José Serra, fazia sua reaparição pública depois da vergonhosa derrota sofrida para Fernando Haddad na disputa da prefeitura paulistana.
E, ao contrário, de Afif, foi lacônico em suas declarações à imprensa: "Estou em fase de descanso e arrumação" foi a sua frase mais eloquente.
No discurso para a plateia tucana, falou o blá-blá-blá de sempre que o tem mantido em evidência nos jornalões nesses anos todos, evidentemente tendo como alvo o governo federal.
Afif e Serra podem se distanciar em alguns pontos, o principal deles o adesismo a quem ocupa o Palácio do Planalto.
Ambos, porém, mantêm a coerência num ponto: são fieis ao seu propósito de servir a si próprios, antes de mais nada, Afif escancarando um arrivismo indecoroso, Serra se mostrando cada vez mais egocêntrico, cada vez mais personalista, cada vez mais Serra.

Um comentário:

  1. Em 1989 gravei o último programa político em fita k7, lembro como se fosse hoje o que essa criatura disse sobre o Lula e sobre o PT naque fatídico ano...
    Oremos

    ResponderExcluir