terça-feira, 27 de novembro de 2012

Inspeção e poluição


É inevitável que se instale uma polêmica sobre a intenção do futuro prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, de afrouxar as regras da inspeção veicular para que a prefeitura possa ficar com o ônus das despesas, livrando os motoristas da obrigação de gastar, anualmente, cerca de R$ 45 por veículo.
Uma das ideias é isentar os veículos novos e obrigar os outros a fazer a inspeção de dois em dois anos. Já há, claro, gente dizendo que isso provocará o aumento da poluição na capital, reduzida graças à inspeção do jeito que é feita.
O fato, porém, é que a inspeção veicular pode até ter reduzido um pouco o lançamento de resíduos nocivos à saúde humana à atmosfera, mas não tem  mesmo sentido nenhum obrigar carros novos a passar por elas, pelo simples motivo de que eles saem de fábrica regulados para cumprir as exigências da legislação. Assim, a inspeção nesses veículos, além de desnecessária, tem todas as características de mais uma taxação sem sentido, que só beneficia a tal de Controlar, a dona das inspeções paulistanas.
Também é notório que os maiores poluidores atmosféricos, caminhões e ônibus a diesel e motos, são os que mais fogem da inspeção - há milhares de veículos irregulares desses tipos rodando impunes pela cidade.
A meu ver os R$ 45 que se cobram pela inspeção seriam bem pagos se itens de segurança, principalmente, como faróis e lanternas e freios, também fossem checados.
Um veículo sem condições de circular faz tanto mal quanto um que polui além da conta.
Também daria para aceitar a cobrança dos R$ 45 se os motoristas tivessem a liberdade de escolher a quem confiar a inspeção dos veículos.
Monopólio, como o que existe, não dá para aceitar.
Aliás, se a gente se lembrar de como essa tal inspeção veicular começou, fica realmente com a impressão de que tudo o que a envolve cheira mal.
O prefeito que vai assumir em janeiro bem que poderia dar uma boa olhada no contrato com essa Controlar, quem sabe até cancelá-lo, e começar tudo do zero.

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