quinta-feira, 19 de julho de 2012

Greve ou férias?


Num regime democrático a existência das greves deveria ser algo perfeitamente normal. Faz parte do jogo, é uma das formas mais eficazes de os trabalhadores conseguirem dobrar a intransigência dos patrões. A lógica é cristalina: os mais fracos se unem para ferir os mais fortes, a quem emprestam sua força de trabalho, em sua parte mais sensível, o bolso.
A greve é mais ou menos eficaz dependendo dos prejuízos que causa ao patrão. Se ele constatar que perderá mais se insistir em não atender aos pedidos dos empregados, fará um acordo. Se não, permanecerá irredutível.
Por sua vez, os trabalhadores que entram em greve sabem que têm muito a perder se o movimento fracassar. Geralmente, os patrões não encaram esse tipo de manifestação como algo normal, integrante das relações capital-trabalho. Na maioria das vezes são culpados pela deflagração das greves, pois não negociam, não abrem a contabilidade das empresas, agem como se fossem senhores medievais tratando com seus servos.
Assim, quando se veem pressionados e, em sua opinião, desafiados pelos empregados, em muitas ocasiões reagem de forma brutal. Demitir os grevistas é, para eles, um simples ato de justiça.
Antes que façam isso, porém, os patrões têm outra arma poderosa contra os grevistas, que é cortar o pagamento dos dias em que não trabalharam. Para isso, contam com a lei a seu favor.
Em muitas greves, uma das condições para a volta ao trabalho é justamente o pagamento dos dias parados, integral ou parcialmente.
Mas estamos falando do que ocorre na chamada "iniciativa privada", porque, no Brasil, há uma outra classe de trabalhadores que entra em greve todos os anos sem temer nenhuma represália do patrão ou sequer se preocupar em saber se os dias parados serão descontados.
Trata-se, evidentemente, dos funcionários públicos, esses mesmos que agora estão atormentando o governo federal.
Sem entrar no mérito da justiça de suas reivindicações, acho muito estranho que eles passem tanto tempo em greve e continuem recebendo seus salários, como se estivessem trabalhando na maior normalidade.
Há algo muito, mas muito errado, nisso, pois é mais que evidente que qualquer greve no setor público prejudica principalmente o cidadão comum e não o empregador.
Como disse o ex-presidente Lula certa vez: greve sem o corte dos dias parados não é greve, é férias. Mas como nem ele, macaco velho no assunto, conseguiu mexer nesse vespeiro, é porque, realmente, o assunto vai além da compreensão de nós, meros mortais.

4 comentários:

  1. ha um tempo atras assisti um programa da bandeirantes em que o Delfim, aquele do governo militar, delfin capitalizaçoes, etc... dizendo aos entrevistadores, para nao se preocuparem por que a Dilma teria lido "os mesmos livros que nós...".
    começo a desconfiar que leu mesmo. para financiar nossos pobres industriais, apos algumas carinhas feias nos telejornais e uns resmungos de empresarios, acertou-se a bagatela de r$ 45.000.000,00 via bndes,
    ora, para funcionarios publicos nao há previsao orçamentaria nem para 2013 para aumento de salario.
    acho que os porcos estao começando a andar em duas patas e jantar com pessoas...

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  2. Se a greve de funcionários públicos não fere o patrão, então porquê o patrão deveria descontar os dias parados dos grevistas? Cortando, sentiria lesão menor ainda e os grevistas sem por comida à mesa de suas famílias, mais fragilizado ainda!
    Funcionários da iniciativa privada podem contar com a negociação rápida, porque enquanto estão parados, seu patrão deixa de ganhar dinheiro.
    Os professores das universidades, INSS, Receita Federal, causam qual prejuízo ao governo quando entram em greve? Nenhum! Nem mesmo prejuízo político, já que não há um segmento da sociedade sequer que seja a favor deles.
    Cortar os vencimentos de funcionários públicos grevistas é sufocar ilegalmente o movimento.

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  3. uma das ultimas modas no Brasil é a CORRUPÇAO. obviamente que alguns tipos de pessoas sao corruptas e outras nao. sao exemplos de inocentes: jornalistas, artistas, grandes fortunas, alguns politicos, alguns religiosos e o povo. sao exemplos de culpados: funcionarios publicos, alguns politicos, alguns religiosos.
    como a informaçao e controlada, é sempre assim... quando se detecta greve no funcionalismo rapidamente começam a pipocar as entrevistas, reportagens, editoriais, etc atestando que os vagabundos servidores so prejudicam o povo... nos mesmos canais entulhados de anuncios das relizaçoes dos governos/governantes veiculados no horario nobre.

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  4. Pura desinformação tua e para quem escreves. Precisas te atualizar antes de postar sobre assunto que, definitivamente, não conheces.

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