terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Excesso de mediocridade


Sempre gostei de futebol. Sou do tempo em que os estádios recebiam Pelé, Ademir da Guia e Rivellino, para ficar só nos paulistas, que acompanhava mais de perto. Lembro de ter visto jogos pela televisão ainda em preto e branco. Havia o cuidado para que os uniformes dos times fossem de cores que não confundissem o telespectador. Muitas partidas eram transmitidas apenas em videotape. Os mais fanáticos se isolavam do mundo para não acompanhá-las e assistir ao jogo, tarde da noite, como se fosse ao vivo.
Hoje está tudo diferente. Uma transmissão de futebol pela TV é um show caríssimo, mais que um esporte. Os clubes do país praticamente dependem financeiramente da televisão, no caso, da Globo, que é quem detém os direitos para transmitir os principais campeonatos.
Outro dia, às vésperas da decisão do campeonato brasileiro, o ex-manda-chuva da Globo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, disse que a TV transmite jogos em excesso. Ele acha isso um erro: a audiência poderia ser maior se apenas as partidas mais importantes passassem na TV aberta. A Globo não gostou e contestou sua fala, afirmando que a audiência média dos jogos neste ano é praticamente igual à do ano passado.
O fato, porém, é que o Ibope da Globo do final do Brasileirão foi de 29 pontos, um ponto abaixo do obtido pelo jogo Corinthians x São Paulo, meses atrás, numa quarta-feira.
Queiram ou não os globais, a audiência foi decepcionante tendo em vista o carnaval que se criou para a final. A emissora, que investiu pesadíssimo para ficar com os direitos de transmissão do campeonato, pode ter superestimado o gosto do brasileiro pelo futebol.
Afinal, não há paixão que resista a jogos tão ruins e jogadores tão medíocres quanto os do Brasileirão recém-terminado.
Tudo em excesso cansa. Até a mais fina iguaria se torna arroz com feijão se for oferecida no dia a dia. Por que o futebol deveria ser diferente?

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