segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Rede de intrigas
A Copa do Mundo de futebol de 2014 ainda vai render muito assunto - e muita polêmica - até que a bola role. A última confusão é sobre o Projeto de Lei Geral da Copa que foi enviado ao Congresso. Notas de colunistas, antes mesmo que o texto fosse conhecido, já falavam da insatisfação da Fifa com vários pontos dele.
Não é de agora que tentam indispor o governo federal e a Fifa. Desde que a presidente Dilma Rousseff assumiu seu cargo, ela tem procurado se afastar, com toda a lógica, do cartola-mor do futebol brasileiro, o suspeitíssimo Ricardo Teixeira.
E parece que ele sentiu o golpe e tenta contra-atacar com as armas de que dispõe. Uma delas é a rede de apoiadores que tem na imprensa, gente que deve favores à CBF, que viajou pelo mundo afora às custas da entidade, e hoje é solicitada a dar uma ajudazinha ao chefão, espalhando boatos e semeando fofocas com a única finalidade de azedar as relações entre o governo federal e a Fifa. Com isso Teixeira pretende mostrar que ainda é peça importante no jogo de bastidores, já que tem bom trânsito entre a cartolagem de Zurique.
É certo que há mesmo pontos do Projeto de Lei Geral da Copa que não agradam à Fifa. Mas entre existir divergências e elas motivarem o cancelamento da Copa de 2014 no Brasil, como alguns andaram escrevendo, vai uma distância enorme.
A presidente Dilma pretende esclarecer com a Fifa todos os pontos do projeto e chegar a um entendimento. Ela sabe que a realização da Copa no Brasil será um acontecimento de enorme repercussão para o país, em geral, e para ela, em particular.
Uma Copa bem organizada renderá dividendos políticos inestimáveis. O seu fracasso poderá dar uma sobrevida a uma oposição que hoje se encontra na UTI, respirando graças, principalmente, a transfusões de "escândalos" fabricados pela imprensa, irmã de sangue e de ideais.
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