Os inimigos de Dilma

A presidente Dilma Rousseff tem hoje apenas dois grandes inimigos: a imprensa e o próprio governo. 
O primeiro age às claras, de maneira incessante, numa campanha aberta para desmoralizar a administração petista, amplificando denúncias sem provas, fabricando escândalos e produzindo crises. 
O segundo trabalha nas sombras, promovendo intrigas, disseminando as desavenças, espalhando boatos, traindo os compromissos assumidos em campanha.
A oposição partidária, coitada, essa é apenas uma ficção, destroçada pela realidade. 
Sem votos, sem ideias, sem alternativas para o país, age como uma triste vivandeira que segue as manchetes dos jornalões.
A grande questão que surge agora neste país, em que a palavra do acusador é a única que vale, é o que a presidente Dilma fará quando ela, e não um de seus assessores, estiver no epicentro das acusações.
Porque não há dúvida de que o alvo verdadeiro dessa caça às bruxas em que se converteu o cotidiano da imprensa é ela. 
Aí, quando isso ocorrer, será o momento de perguntar se a mulher que teve a coragem de lutar contra a iniquidade da ditadura militar vai aceitar ser vítima de uma voz a serviço das mesmas forças contra as quais se insurgiu. 
Vai aceitar ser acusada, julgada e condenada sem direito de se defender?
Vai se subjugar à língua caluniosa e infamante dos seus inimigos?
Ou vai simplesmente aceitar a derrota - e se demitir covardemente?