Se alguém tinha alguma dúvida da intenção dos jornalões em agir como um partido político de oposição ao governo, pouco se importando em atuar nos limites de sua função, uma nota no portal do Estadão, logo depois que Aldo Rebelo foi confirmado como o novo ministro do Esporte, esclareceu o assunto de vez.
Segundo a "denúncia", colocada no alto da capa do portal, Aldo recebeu, na sua última campanha para a Câmara dos Deputados, doações de empresas ligadas à CBF. E quais seriam essas empresas "suspeitas"? Está lá no texto, não é brincadeira: o Itaú, a Ambev e o Pão de Açúcar!
A "denúncia" vai além e diz que empreiteiras que agora constroem estádios para a Copa de 2014 também fazem parte da lista de doadores.
Fora o detalhe de que a tal relação foi conseguida em consulta ao site do Tribunal Superior Eleitoral, é pública e perfeitamente legal, qualquer idiota que leu a notícia sabe que as três empresas citadas fazem usualmente doações para uma quantidade imensa de candidatos, de todos os partidos, e são anunciantes do oligopólio que forma a imprensa nativa. Grandes anunciantes - assim como as empreiteiras, que também dão dinheiro a vários candidatos.
O Estadão suspeita de seus próprios anunciantes, quem diria...
A nota ultrapassa qualquer noção do que seja o ridículo.
A Folha, parece, não quis ficar atrás, e se não conseguiu sequer chegar perto do absurdo do ex-jornal da família Mesquita, bem que tentou: hoje sai com a "denúncia" de que um irmão de Aldo foi apontado pelo PM que acusou o ex-ministro Orlando Silva de ter recebido propina, como integrante do esquema que teria sido montado pelo PCdoB no ministério. Um irmão, não Aldo...
Em vista desses despropósitos, fica difícil saber o que virá em seguida. Tudo indica que o próximo alvo será o ministro Fernando Haddad, que cometeu, no tempo em que está à frente do seu ministério, o pecado de promover uma revolução na educação brasileira, democratizando-a ao ponto de tornar o ingresso na universidade hoje possível para pobres e pretos - um sacrilégio!
Haddad vai pagar caro pela sua coragem, competência e ousadia, não tenho dúvidas disso. Será, a exemplo de outros que o precederam, vítima de calúnias, será acusado, julgado e condenado sem ter direito a nada, sua vida se transformará num inferno, sua reputação, construída em anos de trabalho, virará lixo de um momento para outro.
Pois é assim que os democratas e homens de bem deste país costumam agir com seus inimigos.
Para que matá-los, se a vida pode ser um castigo ainda mais cruel para eles?
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