segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A justiça dos libertários


A ONG de direitos humanos Human Rights Watch informou que 53 pessoas foram executadas em um hotel em Sirte, na Líbia, na semana passada, quando o coronel Muammar Khadafi foi capturado e assassinado em seguida. De acordo a entidade, as pessoas eram simpatizantes do antigo regime.
"Nós encontramos 53 corpos em decomposição, aparentemente de apoiadores de Khadafi, em um hotel abandonado em Sirte, e alguns estavam com as mãos atadas nas costas quando foram executados", disse, segundo informações da Agência Brasil, o diretor de Emergências da ONG, Peter Bouckaert.
A Human Rights Watch pediu ao Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia que conduza uma investigação "imediata e transparente" do incidente. Os corpos foram localizados no Hotel Mahaari, no distrito 2 de Sirte, cidade que foi alvo de bombardeio incessante dos "rebeldes" e das forças da OTAN nas últimas semanas. A conquista de Sirte pela oposição ao antigo regime levou à captura e morte de Khadafi.
Apesar de todas as evidência de que Khadafi e seu filho Mutassim foram brutal e selvagemente assassinados  pelos seus captores, o ministro da Informação do novo governo líbio, Mohamed Shaman, anunciou que os os atuais donos do poder do país rejeitam qualquer investigação internacional sobre o assunto. Segundo ele, a iniciativa é uma “provocação”.
As mais sombrias previsões de analistas independentes sobre o futuro da Líbia começam a se concretizar. Desde as primeiras "vitórias" dos tais rebeldes já haviam relatos de que eles foram autores de execuções sumárias de prisioneiros - um acerto de contas com antigos adversários ou com integrantes de tribos rivais, pelas mais variadas razões.
O ápice da selvageria foi o assassinato de Khadafi e seu filho. A morte de ambos resolveu um grande problema para os governos europeus e americano que, nos últimos anos, fizeram lucrativos negócios com o regime do coronel.
Para muitos, o assassinato não passou de uma "queima de arquivo". Afinal, se o coronel e seus principais colaboradores fossem levados a um tribunal internacional, poderiam perfeita e didaticamente, explicar as relações carnais que uniam o seu governo ao daqueles que se tornaram, aparentemente sem explicação, seus maiores inimigos - e executores.

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