segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Aberta a temporada de caça


O assassinato do coronel Kadhafi e de seu filho Mutassim, ao contrário de uma efeméride a ser comemorada pelos seus autores - os Estados Unidos e seus satélites europeus arruinados economicamente - deve ser visto como uma fonte permanente de preocupação para os intitulados "amantes da liberdade" e para os difusores em geral da civilização cristã ocidental. 
É que, já que o mundo se tornou mesmo um cenário real de um filme de faroeste, com todas as cenas de barbárie de mentirinha transpostas para a mais crua realidade, ninguém, absolutamente ninguém, pode reclamar se qualquer dia desses os bandidos resolverem se vingar da maneira mais impiedosa possível dos valentes xerifes e dos caçadores de recompensa que hoje os atormentam.
O cinismo e a crueldade das lideranças deste nosso "mundo civilizado" chegaram a tal ponto que qualquer reação insana contra elas se torna plenamente justificável.
Afinal, não aprendemos desde cedo que a violência gera violência?
As imagens do coronel ensanguentado, quase morto, da turba selvagem de mercenários à sua volta a agredí-lo covardemente, do seu cadáver perfurado por balas, daquele corpo em ruínas, exposto como o mais rico troféu de uma guerra insuflada apenas pela cobiça de alguns poucos poderosos, são o mais forte argumento que os radicais de todos os tipos, de todos os lugares, poderiam arranjar para arquitetar novas e sangrentas ações.
Como não tenho nada a ver com Obama, Sarkozy, Berlusconi, Cameron, ou qualquer outro elemento desse bando, ainda consigo dormir o sono dos justos, apesar de tudo isso que ocorre neste meu pobre e conturbado planeta. 
Já esses nossos queridos e amados líderes, estou certo, devem ter redobrado o número de seus guarda-costas.
Pois a temporada de caça começou - e promete ser muito animada.

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