quarta-feira, 21 de setembro de 2011

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Os jornais informam que uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI, mostra que 96% dos empresários criticam o sistema tributário brasileiro, que 79% consideram o sistema muito ruim, 17% ruim, 3% acreditam que o sistema é bom, e apenas 1% acham que o sistema é muito bom.
Impressionante!
A pesquisa também revelou que a avaliação do sistema tributário quanto à simplicidade também é negativa, com 59,8% considerando-o muito complicado, e 30,5%, complicado. Quanto à transparência, 86% dos empresários reprovam o sistema tributário brasileiro e 91% apontam que a excessiva carga tributária é uma característica negativa. “Na verdade, quando falamos de transparência não é sobre a aplicação dos recursos. Na verdade, é sobre o tributo. Ninguém sabe ao certo quanto tem de tributo em um litro de leite ou de gasolina e assim por diante”, disse o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi apontado por 70% das empresas como o tributo que mais causa impacto negativo na competitividade da empresa. A proposta do governo, de unificação das alíquotas do ICMS, deve ser, para 72% das empresas, uma das prioridades da reforma tributária. Ao ser perguntado sobre o que achou do recente aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), adotada pelo governo para carros importados, exceto para os veículos da Argentina e os do México, Castelo Branco mudou o discurso e disse que, nesse caso, a medida foi uma defesa do mercado brasileiro face a uma penetração forte e agressiva dos automóveis estrangeiros.
Com essa pesquisa os empresários brasileiros mostram como é fácil gastar tempo e dinheiro com bobagens. Porque, afinal, perguntar a um empresário se ele gosta de pagar imposto é o mesmo que perguntar a um bebum se ele gosta de tomar umas e outras, se ele aprecia uns birinaites.
Ora, detestar impostos, sonegar o que puder, falar mal do governo petista, imputar a ele tudo o que de ruim que existe - incluindo, claro, a "elevadíssima carga tributária" - está no DNA do "empreendedor" brasileiro.
Uma pesquisa séria deveria incluir algumas perguntas a essa lista de obviedades que a CNI levou para a sua turminha chancelar. Seria interessante que entre as perguntas idiotas que foram feitas, fossem anexadas pelo menos uma:
"Se os impostos baixassem amanhã, o que a sua empresa faria com o dinheiro que deixaria de pagar?"
Tenho a mais absoluta certeza de que a maioria diria que o usaria para investir na empresa, para aumentar a sua competitividade, para melhorar seus produtos etc e tal.
Mas é claro que isso seria uma tremenda mentira.

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