Jobim: depois do bilhete premiado, o bilhete azul Foto: Antonio Cruz/ABr)
Quem não sabia, agora já sabe, graças às suas próprias declarações, que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, é um corpo estranho no governo petista. Não se entende muito bem qual o propósito de suas recentes afirmações nada elogiosas à presidente Dilma e sua equipe, mas parece que Jobim claramente está à procura de encrenca. E isso quer dizer confrontação, mesmo sabendo que quem tem a caneta - e o poder de defenestrá-lo - é a sua chefe.
Político formado na escola tucana, Jobim teve uma grande oportunidade em sua vida, que foi servir ao governo mais popular da história, o de Lula. Ficou com o bilhete premiado na mão ao ser escolhido para dar continuidade ao seu trabalho com Dilma, mas parece que, ao ver, por contingências orçamentárias, seus planos de reformulação das Forças Armadas adiados, resolveu revelar em público o que somente poucos, mais íntimos, conheciam, o seu profundo desprezo pelos petistas em geral, e seu extremado amor a alguns tucanos em particular, como FHC e Serra.
O problema todo para Jobim é que ninguém o leva a sério. Isso acontece com todos os boquirrotos, essas pessoas que sofrem de incontinência verbal. Enquanto conseguem ficar de boca fechada podem até iludir alguns incautos, que veem no silêncio indícios de inteligência. O descontrole, porém, acaba por revelar a verdadeira face dessas pessoas, pobres espíritos desesperados em alimentar suas vaidades, seja em busca de holofotes, seja em busca de uma fantasia qualquer - como usar uma farda.
Claro que a presidente Dilma, que até agora procurou ignorar a verborragia, a falta de educação, de espírito de equipe e, principalmente, as evidentes ações de sabotagem promovidas por Jobim, terá de afastar essa célula maligna de seu corpo administrativo. E isso pode acontecer em algumas horas ou alguns dias. Se ela ouvir os bons conselhos, dará o bilhete azul ao fanfarrão o quanto antes.
Tenho certeza de que até muita gente das Forças Armadas ficará contente com essa decisão.
Tenho certeza de que até muita gente das Forças Armadas ficará contente com essa decisão.
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