segunda-feira, 11 de julho de 2011
Ciência sem dinheiro
Cerca de 10 mil pessoas devem participar, a partir de hoje, da 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Brasília. O tema do encontro será Cerrado: Água, Alimento e Energia. Se a escolha do tema comprova a preocupação da comunidade científica brasileira com a questão ambiental, de forma “transdisciplinar”, como enfatiza a bióloga Helena Bonciani Nader, professora do Departamento de Bioquímica da da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e presidenta da SBPC, reeleita recentemente, a maior preocupação mesmo é outra.
Este ano, Helena Nader iniciou duas cruzadas em Brasília. A primeira é para fazer com que os parlamentares ouçam os cientistas brasileiros quanto às mudanças no Código Florestal. A segunda é para garantir que a ciência e a tecnologia não percam investimentos públicos. Segundo ela, o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terminou com elogios da comunidade científica, quanto a investimentos. Porém, com os cortes anunciados em fevereiro, na gestão da presidenta Dilma Rousseff, a classe científica chora a falta de recursos.
"Estamos muito preocupados. Muito mesmo", disse Helena. "O governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terminou com elogios de todos os lados, inclusive da comunidade científica. Elogios muito grandes porque tinha investido mais em ciência, tecnologia, e estava começando no trilho para a inovação – que é o que todo mundo cobra. Foram criados os institutos nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) dentro daquela política de Estado de manter a pesquisa e fazer esse diálogo com o setor produtivo. O que aconteceu? Para surpresa nossa, foi cortado o orçamento dos INCTs. Então, aquilo que vinha em um crescente, caiu. Foi cortado em fevereiro e não vai ter recomposição. Então, estamos lutando por essa recomposição. Os cortes do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) não fazem sentido."
É, não fazem sentido. Pelo menos num governo que tivesse definido claramente seus objetivos estratégicos e incluísse entre eles valorizar a educação e o desenvolvimento científico-tecnológico.
Ou isso não tem importância e o negócio é ficar mesmo exportando commodities para a China? (Informações da Agência Brasil)
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