terça-feira, 21 de junho de 2011

Vamos facilitar o troco


Não adianta espernear: dia 1º de julho os preços dos pedágios paulistas aumentam quase 10%. Como todos devem saber, as tarifas das concessionárias das estradas de São Paulo são das mais altas em todo o mundo. São tão altas que até quem pode pagar, caso de moradores de alguns guetos classe A nas imediações da capital, pessoal que apoia sem pestanejar a tese de que o Estado mínimo é tudo de bom, já fez até passeata contra os preços exorbitantes.
E como essas pessoas foram as que votaram majoritariamente no Geraldo, ajudando-o a vencer as eleições para o governo do Estado, elas deveriam agora pressionar o seu ídolo a cumprir uma das tantas promessas de campanha: renegociar os generosos contratos que os tucanos firmaram com as concessionárias.
Quanto a isso, tenho a certeza, parafraseando mestre Luis Felipe Scolari, o nosso querido Felipão, que isso só vai acontecer no dia em que o sargento Garcia prender o Zorro - ou seja, nunca.
Neste país, desde que Lula estava prestes a ganhar seu primeiro mandato, os donos do poder (político e econômico) repetem uma ladainha que vem se tornando um mantra ideológico: não se pode romper contratos, dizem sem parar.
Nada mais falso que essa sentença. Os contratos podem e, em muitos casos, devem ser mesmo rompidos, desde que se constate que eles foram feitos para beneficiar apenas um dos lados, que não são isonômicos, não têm o necessário equilíbrio que determina uma relação saudável entre o prestador do serviço e os consumidores.
Acho que no caso dos pedágios das estradas paulistas isso é tão óbvio, tão evidente, que não precisa ser provado. Mas se as concessionárias pedirem, bem que elas poderiam abrir as suas contas, mostrar o quanto ganharam nesses anos todos de festa, quanto investiram em melhorias nas estradas etc e tal.
O fato é que nada disso será feito, porque a relação entre essas empresas e os tucanos é simbiótica - um não existe sem o outro.
E, com tudo isso, ainda nos pedem moedas para facilitar o troco!

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