quinta-feira, 26 de maio de 2011

Sem polêmicas, sem mudanças

Carvalho: nada de polêmicas    (Antonio Cruz/Abr)

A suspensão do chamado "kit de combate à homofobia", por ordem da presidente Dilma Rousseff, foi a maior pisada de bola deste governo. Não importam as razões que levaram à decisão.
Tanto faz que o recuo tenha sido porque Dilma não gostou do que viu ou porque foi vítima de uma chantagem política: ao rejeitar o trabalho do Ministério da Educação a presidente fortalece aqueles que fazem do preconceito uma arma poderosa para manter o status quo e enfraquece quem deseja uma sociedade mais harmônica e justa.
Posso estar completamente errado, mas acho que uma das obrigações de qualquer presidente é justamente zelar pela Constituição, e essa prega, explícitamente, que o Brasil não aceita o preconceito de qualquer espécie. E que é um país laico.
Portanto, essa história de que, a partir de agora todo material do governo sobre "costumes" só sairá depois que for feita uma consulta "ampla" à sociedade, "inclusive às bancadas que têm interesse nessa situação", como disse o ministro Gilberto Carvalho, parece mais o enredo de uma tragédia do que qualquer coisa. Isso porque, em outras palavras, o que o secretário-geral da Presidência afirmou é que Dilma não pretende criar polêmica sobre qualquer assunto - e isso, convenhamos, é algo bem distante do que se deseja de uma pessoa que foi eleita justamente para mudar o país.
Confesso que, ao ver os Garotinhos e Bolsonaros da vida se rejubilando com a decisão presidencial, me senti muito triste e completamente frustrado, pois a vitória deles, seja em que campo for, é uma batalha perdida na luta para levar o Brasil adiante.
Gente desse tipo se sentiria confortável vivendo na Idade Média que queimava "bruxas" em praça pública, ou estaria saudando o "Fuhrer" com genuíno prazer na Alemanha que assassinava pessoas pelo simples fato de serem judeus.
O país em que sonho viver é justamente o  oposto disso tudo. E ele não se constrói simplesmente evitando polêmicas.

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