domingo, 10 de abril de 2011

Faça o que eu não faço

O mundo gira, a Lusitana roda e os Estados Unidos continuam o mesmo país de sempre, arrogante, prepotente, o xerife do mundo, juiz supremo de todas as questões, que se acha no direito de interferir onde bem entender e palpitar sobre todos os assuntos que não lhes dizem respeito.
Notícia da Agência Brasil dá conta que o Departamento de Estado do governo americano afirmou, em documento, que a polícia brasileira desrespeita os direitos humanos e comete abusos como maus-tratos, tortura e assassinato de pessoas presas. O texto também se refere ao problema do trabalho escravo e do trabalho infantil. A crítica dos Estados Unidos ao Brasil faz parte de relatório que o governo americano elaborou sobre a situação dos direitos humanos em 194 países.
A ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, reagiu de pronto e desferiu um bem dado upper no queixo de Tio Sam: “Nenhuma questão contida no relatório é nova, assim como não é novo eles [os norte-americanos] se arvorarem em apontar situações diversas sem que analisem suas próprias contradições. Para o mundo, também seria interessante debater a situação de tratamento desumano dos presos de Guantánamo [base norte-americana em Cuba], o tratamento de emigrantes na fronteira com o México, a existência da pena de morte em alguns Estados e até a prática de castigos físicos em escolas para disciplinar crianças”, retrucou.
A ministra destacou que “nenhum país do mundo cumpre todos os requisitos de direitos humanos”. Ela informou ainda que, desde a redemocratização no Brasil, após a ditadura militar (1964-1985), o país jamais omitiu que existam situações internas de desrespeito aos direitos humanos. “O país tem um Estado e uma sociedade civil ativa, que acompanham as ações para reverter essas condições”, afirmou.
O relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que é produzido anualmente há mais de 30 anos, poderá, eventualmente, ser usado pelo governo ou pelo Congresso americano, para retaliações comerciais contra os países criticados.
No mesmo tom da ministra, o Ministério das Relações Exteriores, disse, em nota que “o governo brasileiro não se pronuncia sobre o conteúdo de relatórios elaborados unilateralmente por países, com base em legislações e critérios domésticos, pelos quais tais países se atribuem posição de avaliadores da situação dos direitos humanos no mundo. Tais avaliações não incluem a situação em seus próprios territórios e outras áreas sujeitas de fato à sua jurisdição”.
Segundo o Itamaraty, “o Brasil reitera seu forte comprometimento com os sistemas internacionais de direitos humanos, dos quais participa de maneira transparente e construtiva”.
É por causa de atitudes como essa que os Estados Unidos cada vez mais se desmoralizam no campo diplomático e ampliam a antipatia que irradiam para grande parte da população mundial.

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