quinta-feira, 7 de abril de 2011
A continência que não houve
Um bom exemplo de como agem as forças da direita na tentativa permanente de solapar o governo do PT, antes sob o comando de Lula e agora sob a chefia de Dilma Rousseff: em seu site, o impoluto jornalista Claudio Humberto - ele mesmo, aquele que chefiou a comunicação do governo Collor - informou a ocorrência de um ato de rebelião militar contra a presidente. A mesma "notícia" foi dada por ele na rádio Bandeirantes e replicadas em outros órgãos. As notas que veiculou foram as seguintes:
Planalto veta imagens do tributo militar a Dilma
Antes do ato de promoção dos militares, ontem, a presidenta Dilma foi agraciada – em cerimônia vedada aos jornalistas – com as insígnias de Grã-Mestra da Ordem do Mérito da Defesa e da Ordem do Mérito Militar, Ordem do Mérito Naval e Ordem do Mérito Aeronáutico. Jogo empatado: ela não apareceu sendo homenageada por militares e eles tampouco foram fotografados homenageando a ex-guerrilheira.
Fotos para guardar
A assessoria do Planalto garante que a cerimônia militar “secreta” foi registrada pelo fotógrafo oficial, mas as fotos não foram divulgadas.
Sem continência
No evento de promoção dos setenta oficiais das três Armas, no Planalto, os promovidos evitaram bater continência à presidenta.
Quem leu - ou ouviu - deve ter achado que as Forças Armadas estão prestes a derrubar o governo. Claudio Humberto, porém, como tantos outros "jornalistas" que estão por aí, vive num mundo à parte, povoado por intrigas, maquinações, fofocas e manipulações de toda a ordem, que têm o único propósito de criar todos os problemas possíveis para a presidente. Foi assim nos oito anos do governo Lula, vai ser assim enquanto o PT estiver no poder.
Pois bem, a lorota durou pouco. O Blog do Planalto se encarregou de contar o que houve - e o que houve é muito, mas muito diferente do noticiado por Claudio Humberto et caterva. A nota tem o sugestivo título de A ficção da continência suprimida:
"Na tarde de terça-feira (5/4) uma teoria conspiratória circulou entre alguns jornalistas de Brasília: os oficiais-generais recém promovidos, durante a cerimônia de apresentação à presidenta da República, Dilma Rousseff, ocorrida na manhã daquele dia, não fizeram continência à comandante-em-chefe das Forças Armadas. Portanto, estavam se rebelando contra a presidenta.
A assessoria do Palácio do Planalto mostrou aos jornalistas o equívoco daquela leitura, pois não se presta continência nesse tipo de cerimônia. Mostrou-se que, ao contrário, essa forma de cumprimento é vedada por escrito. Para comprovar, foram distribuídas aos jornalistas cópias de uma página do roteiro da última cerimônia de apresentação do governo Lula (20/12/2010), onde constava: “Durante a apresentação, o Oficial-General não presta a continência individual, apenas declina o posto e o nome de guerra”. Foram distribuídas cópias também do mesmo livreto da cerimônia desta semana, onde a comparação mostrava textos quase idênticos, apenas com ajustes relativos à mudança de gênero do Chefe de Estado.
O esclarecimento, no entanto, não desfez a teoria conspiratória, que apenas, teve seu lado invertido. O sujeito da ação deixou de ser o militar e passou a ser a presidenta, que segundo noticiado, “abriu mão de receber continências”. E nesta quarta-feira (6/4), novo questionamento foi feito sobre o assunto. Cobrou-se informação sobre cerimônias mais remotas, como se não bastasse uma cerimônia do governo anterior para jogar por terra a teoria conspiratória de que uma mudança de ritual ocorrera na atual gestão.
Diante da situação inusitada, e para esclarecimento cabal do assunto, reproduzimos abaixo três vídeos com cenas das cerimônias de apresentação de oficiais-generais, em 2008, 2009 e 2011. Desta forma, qualquer cidadão poderá comprovar que em nenhuma delas há a prestação de continência, e que o cerimonial foi mantido sem mudanças no atual governo."
E assim, dessa maneira insidiosa, subterrânea, imoral, a direita vai espalhando a sua peçonha, com o intuito de contaminar as mentes e os corações dos cidadãos mais crédulos. É uma guerra sem quartéis.
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