sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Saúde é para todos


A presidente Dilma Rousseff, no discurso que fez para anunciar a distribuição de remédios gratuitos para doentes de diabetes e hipertensão, afirmou que o SUS, o Sistema Único de Saúde, tem falhas.
Para os mais desatentos, pode ser o óbvio. Partindo de quem partiu, a afirmação é muito importante. Significa que a Presidência da República está atenta a um dos setores mais importantes da administração pública, a saúde. E que pretende melhorar a sua gestão.
O SUS é uma das maiores conquistas sociais do país em todos os tempos. Se funcionasse como deveria, tiraria uma enorme pressão econômica e psicológica dos milhões de cidadãos brasileiros que hoje enfrentam longos dias para serem atendidos gratuitamente em hospitais superlotados - ou pagam caro por planos de saúde mercantilistas.
O problema da saúde pública no Brasil não é apenas a crônica falta de recursos para o setor. Além disso, ela sofre as consequências de um profundo desvio ético dos governantes e dos profissionais que deveriam cuidar para que o atendimento médico universal fosse um fim em si mesmo e não apenas um meio de atender as exigências do todo poderoso "mercado".
É certo que o governo federal terá uma missão espinhosa pela frente se realmente quiser levar a saúde para o topo das suas prioridades. Mas se a presidente Dilma realmente pretender, como enfatizou várias vezes, deixar a erradicação da miséria como marca de seu governo, terá, necessariamente, de elevar o padrão do atendimento médico-hospitalar gratuito para todos a um padrão minimamente aceitável, sem que, como hoje, muitas vezes o doente sofra mais para ser socorrido do que pela sua própria enfermidade.
Terá de fazer uma intervenção radical no setor, buscar mais recursos e mais gestores de qualidade. E deixar os ouvidos surdos para a gritaria infernal que muitos "prejudicados" farão.

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