quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

As piores do mundo



(Esta crônica tem informações adicionais)
As empresas aéreas brasileiras TAM e Gol estão entre as mais inseguras do mundo, segundo ranking do Jet Airliner Crash Data Evaluation Center, Jacdec, órgão com base em Hamburgo, Alemanha, que reúne informações relacionadas à segurança do setor. O ranking considera o número de passageiros transportados por quilômetro e analisa os últimos 30 anos da aviação civil. No ano passado, morreram mais pessoas em acidentes aéreos do que no ano anterior: foram 829 mortes, diante de 766 registradas em 2009. No entanto, nenhum desses casos envolveu alguma das 60 maiores companhias aéreas do mundo.
A TAM ocupa simplesmente o último lugar da lista, o mesmo posto de 2009. Segundo o registro da Jacdec, a empresa já registrou seis acidentes desde a sua criação, em 1980, que mataram 336 passageiros. Mesmo assim, a companhia não dá o braço a torcer: em nota à imprensa,  a TAM ressaltou sua preocupação em seguir os altos padrões de segurança do mundo, "atendendo rigorosamente os regulamentos das autoridades brasileiras e internacionais".
Além disso, lembrou que em janeiro de 2010 renovou a certificação IOSA (IATA Operational Safety Audit), que é o sistema independente de avaliação "mais completo e aceito internacionalmente em segurança operacional", destinado a avaliar os sistemas de gestão e controles operacionais de companhias aéreas.
Outra empresa aérea brasileira classificada entre as mais perigosas é a Gol, fundada em 2001. Em 2009, a empresa era a penúltima colocada, e na edição atual subiu uma posição, trocando de lugar com a China Airlines. Também a Saudi Arabian e a Garuda Indonesia estão classificadas entre as cinco últimas.
O destaque do ranking do ano passado vai para sete companhias que nos últimos 30 anos não registraram acidentes graves, que tenham envolvido a perda de aeronaves ou mortes. Entre elas estão a alemã Air Berlin, fundada em 1979, a finlandesa Finnair, de 1923, e a portuguesa TAP, de 1946.
A australiana Qantas, a Air New Zealand, a Cathay Pacific (Hong Kong) e a japonesa All Nipon também compõem o seleto grupo. O incidente registrado em 2010 com o Airbus A380 da Qantas, no entanto, não tirou pontos da empresa porque o avião não sofreu perda total. Na ocasião, aeronave teve que fazer um pouso forçado em Cingapura depois da explosão, em pleno voo, de uma de suas turbinas.
A gigante Emirates obteve também a nota máxima no ranking da Jacdec, ficando em 9º. No entanto, a companhia dos Emirados Árabes ainda não completou 30 anos – foi fundada em 1985.
A Lufthansa, maior empresa alemã do setor e segunda maior do mundo em números de passageiros transportados por quilômetro (atrás da Emirates) caiu uma posição, para o 21º lugar. O último acidente aéreo da Lufthansa foi em 1993, com um A320 em Varsóvia, devido ao mau tempo, com duas mortes.
Esta é a primeira vez que a Air New Zealand, fundada em 1940, figura entre as primeiras da lista (3ª). O acidente mais grave da companhia, registrado há mais de 30 anos, não é mais considerado na avaliação. Em novembro de 1979, um DC-10 colidiu na Antártica e causou a morte de 257 pessoas.
Entre as grandes companhias europeias, a British Airways está em 20º lugar, a holandesa KLM aparece em 23º, a Swiss é 29ª, a Alitália está em 37º, a Air France, em 41º, a Iberia, em 47º, e a Scandinavian Airlines, em 48º. (Com informações da Deutsche Welle)

Resposta da Gol
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Gol enviou a seguinte nota a respeito desta crônica:

Em relação ao estudo conduzido pela Jet Airliner Crash Data Evaluation Center (JACDEC), que leva em conta o número de vítimas fatais versus o tempo de operação das empresas, a GOL julga importante colocar em perspectiva as condições em que se processou o único acidente do tipo envolvendo aeronave da companhia, em 29 de setembro de 2006, do qual ela não foi o agente causador, conforme aponta relatório conclusivo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa).
A GOL destaca que tem a segurança de seus clientes e colaboradores como princípio corporativo prioritário e orgulha-se por manter um dos padrões mais rigorosos do mundo nesse sentido. A companhia é certificada pela IATA (Associação Internacional do Transporte Aéreo) com o IOSA (IATA Operational Safety Audit), reconhecido como o padrão mundial para avaliação do gerenciamento da segurança operacional e de controle das empresas aéreas.
Em todas as frentes, a GOL se mobiliza para garantir que todos os procedimentos sejam executados de forma consistente e de acordo com os mais exigentes requisitos da aviação global. A companhia também vai além: possui a primeira Diretoria de Segurança Operacional no Brasil. A área abrange as gerências de Safety, Security, Fatores Humanos e Quality Assurance, estabelecendo a segurança de voo como princípio básico da companhia e servindo de órgão disseminador e fiscalizador da prevenção e redução de riscos. O departamento segue as mais modernas práticas da indústria da aviação e antecipa futuras tendências de mercado e exigências regulatórias ao redor do mundo.

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