A Agência Brasil publica interessante matéria sobre como deverá ser a política externa do governo Dilma, pelo menos neste seu início. A prioridade é a América do Sul, ou seja, os países que estão diretamente sob a área de influência do Brasil. Ao contrário do seu adversário nas eleições, tudo indica que Dilma vai fortalecer os laços com os vizinhos, o que é bom para todos.
A seguir, a íntegra da matéria:
Ao dar prioridade à América do Sul, Dilma deverá
destacar importância de investir na área social
Em duas semanas, a presidenta Dilma Rousseff mostrará seu estilo de comandar a política externa brasileira. A decisão de começar a agenda internacional pela Argentina, no dia 31, indica que a prioridade dela será a América do Sul. A ideia é reunir em uma só agenda os temas de políticas econômica e social. Por todos os países que vai visitar, Dilma deve defender que a área social é fundamental para o desenvolvimento equilibrado da região.
Uma das propostas em estudo é mostrar os resultados positivos dos programas de transferência de renda no Brasil. O exemplo deverá ser o Programa Bolsa Família, que atende cerca de 60 milhões de pessoas, repassando R$ 90 mensais. O destaque da experiência brasileira, segundo especialistas, está na parceria entre órgãos públicos e privados.
A presidenta avisou a assessores que pretende visitar também o Uruguai, o Paraguai e o Peru até março. A meta em todas as viagens é dar destaque às questões sociais. Só depois ela viajará para outros países, como os Estados Unidos, a China e a Bulgária. Antes de visitar cada um, Dilma enviará o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, para articular as reuniões.
Para a Argentina, a presidenta seguirá com uma comitiva de ministros e assessores que atuam nas áreas econômica, de ciência e tecnologia, defesa e social. No total, brasileiros e argentinos estão envolvidos em 22 projetos distintos – nos setores nuclear, espacial, de material de defesa e coordenação macroeconômica, além de construção de obras.
Apenas o comércio entre o Brasil e a Argentina, em 2010, registrou US$ 32,9 bilhões – favoráveis ao Brasil. Os materiais industrializados são a base comercial. De acordo com assessores, o nível de integração nesse setor entre os dois países é absoluto. Na semana passada, Patriota conversou com praticamente toda a equipe de governo da Argentina – da presidenta Cristina Kirchner aos ministros das principais áreas.
Na visita a Buenos Aires, Dilma e os ministros brasileiros negociarão ainda a ampliação das parcerias nas áreas de energia elétrica e nuclear, além de tecnologia digital e investimentos no setor de mineração. Um dos projetos se refere à construção do complexo hidrelétrico de Garabi, na região argentina de Corrientes, e o Estado do Rio Grande do Sul. O objetivo é começar as obras em 2012 para que no futuro a hidrelétrica seja capaz de gerar aproximadamente 2.900 megawatts.
Dilma decidiu adiar para meados de fevereiro a visita ao Uruguai prevista para o próximo dia 1º. A decisão foi tomada para ter mais espaço na agenda, segundo assessores. Em Montevidéu, também serão firmadas parcerias nas áreas econômica e tecnológica. Pelo menos sete propostas de ratificação de acordos são preparadas.
Já estão em fase avançada a série de estudos sobre o porto de águas profundas em La Paloma, a construção do centro de feiras e convenções em Montevidéu, a hidrovia da Lagoa Mirim e portos fluviais. Também está prevista uma reunião sobre as pontes no Rio Jaguarão que liga os municípios de Jaguarão e Rio, assim como a recuperação da ponte Barão de Mauá – por onde passam os turistas que tentam ir de um país ao outro.
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