Fui um dos que depositaram no governo Lula as maiores esperanças de mudanças no Brasil. Não vi todas as minhas expectativas atendidas, mas pelo menos tenho hoje a convicção de que vivo num país menos desigual social e economicamente, mais respeitado internacionalmente e, principalmente, com quase tudo pronto para se tornar, em poucos anos, uma das grandes potências do mundo.
O governo de Dilma Rousseff não deverá ser apenas uma continuação da era Lula. Se Lula é um político altamente intuitivo, Dilma é cerebral; se Lula é um negociador incansável, Dilma tem uma liderança mais impositiva. São personalidades diferentes, complementares entre si, mas com uma visão política bem aproximada: em ambos existe um desejo quase obsessivo de trabalhar pelos mais humildes, os despossuídos, os mais fracos.
E essa, a meu ver, foi a maior diferença entre os governos Lula e FHC. Enquanto para o tucano as políticas sociais eram tão somente um complemento de seu plano de transformar o Brasil numa sociedade capitalista moderna, à base do enxugamento do Estado, o petista aproveitou a força do Estado para avançar as políticas sociais de modo até então nunca visto.
O resultado aí está: uma nova classe média formada por dezenas de milhões de pessoas, a construção de um mercado consumidor tão robusto que foi capaz de fazer o país atravessar a mais grave crise econômica que o mundo viu em décadas de forma tranquila e rápida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário