sábado, 11 de dezembro de 2010

Revolução sem sangue


A desmedida reação americana às revelações do site Wikileaks revela o que muita gente já sabia, já comentava, já escrevia, e por isso mesmo era ridicularizada: os Estados Unidos estão longe de ser a idealizada "terra da democracia", o país que mais preza a liberdade de informação, os direitos individuais etc e tal
Bastou que alguns segredos bem guardados pela administração e diplomacia do Tio Sam se tornassem públicos para que a face mais feroz do guardião dos direitos humanos se revelasse. A perseguição implacável ao Wikileaks, com a ajuda de vários cães-de-guarda espalhados pelo mundo, tomou o lugar de qualquer vestígio de benevolência que o regime de Washington ainda exibia.
O fato é que o estrago já foi feito, de agora em diante ninguém vai acusar ninguém de paranoia se detalhes do plano mais intrincado e diabólico da CIA for exposto, se aquilo que era visto apenas nas telas de cinema ganhar ares do mais trivial exercício de contra-espionagem: os milhares de documentos vazados pelo Wikileaks mostram que, de fato, a realidade supera - em muito - a ficção.
Claro que há os que defendam intransigentemente a dura política adotada pelos EUA em relação ao Wikileaks. Essa causa, porém, parece irremediavelmente perdida, com os avanços notáveis que a liberdade de informação tem tido nesses últimos anos graças à internet.
O mundo assiste a uma revolução, muito mais poderosa que todas as anteriores. E, se desta vez não vão rolar cabeças, em compensação nenhum cérebro sairá intacto depois de amainado o furacão.

Um comentário:

  1. É isso, cada vez mais o "Império da Democracia" revela sua face tirana. E também, cada vez mais, a internet se mostra uma ferramenta incontrolável pelos governos".

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