terça-feira, 21 de dezembro de 2010

País classe média

A redução da pobreza e a queda da desigualdade social foram, a meu ver, as principais realizações dos dois governos de Lula. Hoje, o Brasil é, preponderantemente, um país de classe média. Está ainda longe do padrão das nações de Primeiro Mundo, mas conseguiu, graças aos programas de transferência de renda, aumentos reais do salário mínimo e dos benefícios da Previdência, promover uma notável mobilidade nos estratos sociais.
Nada milagroso, apenas fruto da vontade política do governo, que pôs em prática alguns preceitos que se supõem básicos numa democracia capitalista, como, por exemplo, expandir o mercado consumidor, irrigando-o de crédito farto e barato.
Alguns números do instituto Data Popular mostram as transformações ocorridas na pirâmide social do país nesses últimos oito anos, quando a classe C tornou-se a nova classe média brasileira, respondendo atualmente por 41,35% do consumo total de bens de serviços nas cidades, um crescimento de sete vezes se comparado com 2002, quando representava apenas 25,8%.
O topo da pirâmide, representado pelas classes A e B, que participava de 58,1% do mercado de consumo em 2002, hoje detém 42,9% dessa fatia, com crescimento de três vezes. Além do crescimento, a nova classe média gastou este ano, de acordo com o Data Popular, cinco vezes mais do que gastava em 2002 com móveis e itens domésticos, o equivalente a R$ 17,95 bilhões. Também movimentou a economia com R$ 20 bilhões de reais em compras em eletrodomésticos.
São mais de 3,2 milhões de domicílios com microcomputadores, 52% dos quais na classe C. Se em 2002, haviam apenas 13 computadores a cada cem domicílios, em 2009, esse número subiu mais da metade.
E a classe C está praticamente no mesmo patamar de consumo que o topo da pirâmide (classes A e B), no que diz respeito a refrigeradores e aparelhos de TV coloridos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário