"The Last Stand", de Frederic Remington
Os Estados Unidos tinham tudo para ser o país mais admirado do mundo, não só pelo seu poderio econômico, mas também como a terra onde prosperassem os mais nobres ideais humanos. Infelizmente, com o correr do tempo a nação foi se voltando para si mesma, dominada pelo pior que existe no capitalismo, o seu egocentrismo exacerbado, que sufoca o concorrente, destrói o outro.
Nem Barack Obama, eleito sob as mais altas esperanças, tem sido capaz de mudar isso. Ao contrário, os Estados Unidos sob a sua direção portam-se exatamente como o mesmo país arrogante e prepotente que sempre foram.
Matéria do site da BBC Brasil sobre o rigor da administração Obama em relação aos imigrantes é um bom exemplo de como a nação mais poderosa do mundo pode ser absolutamente incapaz de resolver, sem apelar para a força, uma questão que exige, antes de mais nada, uma boa dose de ... humanidade.
A íntegra do texto da BBC está abaixo:
Desde que assumiu o governo em 2008, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, é responsável por um recorde de deportações de imigrantes ilegais. Obama é considerado um governante mais rígido do que os antecessores na fiscalização desses casos e na aplicação de penalidades. Até setembro, foram deportados 392.862 imigrantes ilegais – um número superior às 389 mil deportações registradas em 2009 e às 369 mil de 2008.Com uma população de cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais vivendo nos Estados Unidos, o tema da imigração é um dos principais desafios do presidente americano, que entra na segunda metade de seu mandato enfraquecido pela perda da maioria democrata na Câmara dos Representantes.
De acordo com o Departamento de Segurança Interna, essas ações resultaram em acusações criminais contra quase 200 empregadores e mais de US$ 50 milhões (R$ 86 milhões) em multas. O governo americano informou que a metade dos deportados no último ano fiscal era de criminosos já condenados que estavam nos Estados Unidos ilegalmente.
O Departamento de Segurança Interna disse ainda que um terço dos criminosos deportados cometeu crimes graves, como assassinato ou estupro. Apesar das justificativas, o rigor empregado contra os imigrantes ilegais é recebido com críticas por alguns setores, que insistem na necessidade de uma ampla reforma das leis de imigração no país.
Além do maior número de deportações do que de seu antecessor, George W. Bush, Obama também elevou a fiscalização sobre empresas e estabelecimentos comerciais que contratam imigrantes ilegais. Mais de 2,2 mil estabelecimentos foram investigados neste ano sob suspeita de empregarem imigrantes ilegais – em 2009, esse número foi de menos de 1,5 mil.
“Os imigrantes não estão apenas decepcionados com o governo Obama. Estão com raiva”, disse a coordenadora nacional da campanha Revele a Verdade, Sarahi Uribe, cujo foco é a política de deportações do governo. “[Os imigrantes] não conseguem acreditar que, sob o governo Obama, estejam sendo mais atacados do que já foram em décadas”, afirmou. “É simplesmente incrível que o governo vá a público dizer que sua política de deportações é um sucesso”.
A reforma das leis de imigração foi colocada como promessa de campanha de Obama - eleito em 2008 com o apoio dos imigrantes. A proposta era a de aprovar as mudanças ainda no primeiro ano de mandato, o que acabou adiada diante da crise econômica e da forte resistência da oposição republicana.
Obama enfrenta críticas de todos os lados. Hás os que reclamam de rigidez excessiva e cobram uma solução mais rápida para legalizar a situação dos imigrantes que já estão no país. Em posição oposta estão os que consideram as ações do governo brandas demais e querem maior rigor na fiscalização das fronteiras para impedir a entrada de imigrantes.
Apesar de nos Estados Unidos as políticas de imigração serem responsabilidade do governo federal, muitos estados têm medidas próprias para coibir a entrada de imigrantes ilegais. O caso mais polêmico é o do Arizona, que em abril anunciou uma lei que torna crime estadual a presença de imigrantes ilegais. A legislação provocou protestos, especialmente entre a comunidade hispânica, que considera a medida discriminatória.
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