sábado, 28 de agosto de 2010

O golpe por detrás das notícias

A campanha eleitoral começa a ter contornos perigosos. A tática oposicionista de trabalhar em conjunto com os jornalões é algo absolutamente inédito na história do país.
Antes, quando muito, a imprensa manifestava a sua preferência por um dos candidatos simplesmente dando a ele uma cobertura mais simpática, com matérias positivas para uns e negativas para outro. Nada que não pudesse ser creditado à edição, a um "engano" que podia ser facilmente explicado para os descontentes.
Agora, a situação é outra, bem diferente. Há uma sintonia perfeita entre a candidatura demotucana e a mídia: a manchete do dia, sempre algo contra o governo, seja uma estatística qualquer, seja uma "denúncia" das tantas que existem por aí, é quase imediatamente repercutida pelo programa eleitoral de Serra.
Há vários dias isso ocorre. Não pode ser simples coincidência ou esperteza de marqueteiro. É mais que evidente que se trata de uma ação planejada, conjunta, com o objetivo de dar legitimidade ao discurso oposicionista.
Essa história do "vazamento" de dados da Receita é exemplar desse comportamento. Não há dúvida que toda a sua motivação é eleitoral, que ela só existe - e será alimentada até quando for conveniente - porque pode ajudar, de certa forma, a deter a perda de votos experimentada no momento por Serra.
Claro que numa democracia de verdade algo desse tipo não poderia acontecer.
A imprensa tem todo o direito de apoiar o candidato que quiser, deixar claro para seus leitores a sua opinião - e só isso.
Não cabe a ela participar diretamente do jogo. Não cabe a ela se ligar dessa maneira espúria a um dos lados, ludibriando a população, interferindo de maneira fraudulenta e conspurcando o processo eleitoral.
Quando isso ocorre, a imprensa deixa de ser imprensa e passa a ser, simplesmente, um agente golpista, que merece todo o repúdio da sociedade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário