O início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão, amanhã, não deve mudar o rumo da eleição presidencial deste ano.
Em seu último artigo para os jornais, o presidente do Vox Populi, Marcos Coimbra, foi categórico em dizer que essa história de um candidato usar uma "bala de prata" para liquidar, numa tacada mágica, a eleição a seu favor, é uma balela.
"(...) não tivemos, desde a redemocratização, a derrota de um candidato que chegasse à reta final na liderança das pesquisas. Nas cinco eleições presidenciais que fizemos, sempre terminou vencendo quem estava em primeiro lugar. Houve trocas entre o segundo e o terceiro (Lula e Brizola, em 1989, Serra e Ciro, em 2002) ou entre o terceiro e o quarto (Enéas com Quércia, em 1994), mas nunca uma reviravolta que desse a vitória a quem estava em segundo lugar", escreve o especialista.
A lógica indica que a vantagem de Dilma Rousseff deve ser mantida. Ela tem mais tempo no horário eleitoral que seu adversário e, como é ainda menos conhecida que ele, pode capturar mais votos dos indecisos. Com Serra isso não ocorrerá, pois o tucano já é suficientemente conhecido do eleitor.
Atualmente, a oposição está mais preocupada em levar a eleição para o segundo turno. Para isso precisa não só aumentar a votação de Serra, mas também a dos candidatos nanicos.
O conteúdo dos programas eleitorais é outra esperança dos tucanos.
Mas se eles pretendem passar a imagem de um Serra afável, preocupado com os problemas do "povão", competente administrador e dono de uma biografia repleta de bons serviços à nação, o PT não vai ficar atrás: espera neutralizar esse retrato do ex-governador com o de uma mulher dinâmica, extremamente preparada, e, o principal, que conta com o apoio integral do presidente mais popular da história do país.
Poucas novidades devem ser observadas, no horário eleitoral gratuito, no que se refere à linguagem dos programas. Os marqueteiros de ambos os candidatos acumularam, nesses anos recentes, experiência suficiente para tornar a embalagem e o conteúdo dos clipes mais que palatável. Já estão distantes os tempos em que os programas viviam exclusivamente do carisma do seu participante.
Assim, fica cada vez mais improvável que até outubro desça dos céus o onipotente "deus ex machina" do teatro grego para impedir Lula de fazer seu sucessor.
Denúncias sem prova ou requentadas, dossiês apócrifos, esse blá-blá-blá que os jornalões repetem quase que diariamente, têm eficácia zero nos rumos da eleição.
Perseverar nessa tática não é só burrice, é suicídio.
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