A resposta do radialista foi alguma coisa entre o surreal e o bizarro, com toques perversos de cretinice. Segundo o indigitado, o pré-sal é apenas um sonho distante, não há tecnologia disponível no mundo para extrair o petróleo, tudo, enfim, não passa de conversa fiada do governo, ainda mais agora em fase eleitoral.
E enchia essa patacoada com uma terminologia pseudotécnica que poderia, de fato, causar a impressão mais forte possível nos insones que o ouviam.
O exemplo desse radialista pode ser estendido a muitos outros espalhados por aí, pessoas sem nenhuma outra qualidade a não ser o vozerio radiofônico, que vivem a iludir os outros das mais variadas maneiras.
A existência delas seria cômica se não fosse o fato de que o rádio é uma concessão pública, que deveria seguir algumas normas - da mesma forma que a televisão - para funcionar.
Não se trata de censura, absolutamente. Trata-se simplesmente de impedir a propagação da violência, do preconceito, do ódio, da mentira, de tudo que é nefasto para as pessoas.
Não tenho ainda a mínima ideia de como isso pode ser conseguido. Um bom início talvez seja as partes envolvidas na questão começarem a discutir algo do gênero.
Mas, pensando bem, acho que já se tentou fazer isso várias vezes e em todas elas os empresários reagiram violentamente contra.
Se há algo que eles não toleram é o tal "controle social da mídia".
Motta, não acredito numa solução que atue sobre o conteúdo, a liberdade de imprensa é sagrada. O que eu acho que deve ser feito é agir sobre as concessões de rádio e de TV, além de controlar os subsídios do governo aos órgãos de mídia privados. As concessões hoje estão concentradas nas mãos de poucas famílias, se houvesse uma distribuição mais democrática com certeza as emissoras trabalhariam por um conteúdo melhor. Quanto a TV pública, esta deveria ganhar maior apoio do governo.
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