Assim como fez o Estadão, é hoje muito difícil, ou praticamente impossível, que algum "inimigo" de qualquer empresa jornalística obtenha nela, pelo menos, algum espaço para expor seu ponto de vista.
E é claro que elas agem assim porque têm a lei - ou a sua ausência - a seu favor. O direito de resposta deveria ser algo automático. Os jornais não poderiam ficar livres para fazer o que bem entendem, atuarem como juízes e executores, simplesmente decidindo quem tem ou não o privilégio de fazer parte de suas notícias. Isso nunca foi, não é, e nunca será jornalismo.
A nota de Dirceu sobre a violência a que foi submetido por parte do Estadão está transcrita abaixo. Por essas e outras fica difícil ser solidário à campanha do jornal contra a "censura" que a Justiça lhe impôs.
Estadão: parcialidade absoluta
Esperei cinco dias que "O Estado de S.Paulo" publicasse e-mail que minha assessoria de imprensa enviou-lhe com esclarecimentos a respeito de entrevista na qual Bruno Daniel, irmão do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, cita-me indevidamente e de forma incorreta. Bruno repete acusação que me foi feita por seu irmão, João Francisco Daniel, pela qual eu o processei e ele se retratou na Justiça.
O Estadão não publicou o e-mail e avisa-me, agora, que não vai publicar. Publico-o hoje aqui no blog mais uma vez com o meu veemente protesto. O jornal publicou uma acusação que me foi feita sem me ouvir e se nega, agora, a conceder-me o direito de resposta que é seu dever e me é garantido pela nossa Constituição. Deixa de cumprir, assim, e mais uma vez, as leis do nosso país, uma elementar obrigação a que deve obedecer - ele e todos nós. Ou melhor, só a imprensa se julga acima da lei e desobrigada de respeitá-la. Nem a isso ela obedece.
Abaixo o e-mail enviado ao jornal:
"Com relação ao publicado na edição de 04/06/2010 do jornal O Estado de São Paulo, de Débora Bergamasco, com o título “Júri vai se posicionar de forma independente”, esclarecemos que a reportagem não apurou que não procede a denúncia citada no texto contra o PT e o ex-ministro José Dirceu sobre um suposto esquema de arrecadação de recursos para as campanhas eleitorais do partido e aliados. O Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido de denúncia e o próprio João Francisco Daniel, irmão do ex-prefeito Celso Daniel, se retratou em juízo junto ao PT e ao ex-ministro José Dirceu.
Assessoria de Imprensa do ex-ministro José Dirceu"
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