A turma do Dunga

O Datafolha mostra que a maioria dos paulistanos aprovou a convocação da seleção brasileira que vai disputar a Copa do Mundo na África do Sul. Segundo o instituto de pesquisa, apenas 8% dos entrevistados consideraram a lista ruim ou péssima.

Levantamentos desse tipo são considerados científicos, ou seja, expressam o sentimento real da população. Neste caso há pouco a fazer para contestar a sua veracidade. Apenas a impressão particular, nascida da conversa com amigos e conhecidos. É a pesquisa que cada um faz informalmente. E nela o técnico Dunga foi reprovado quase que por unanimidade.

Os motivos são óbvios: em vez de selecionar os melhores jogadores, Dunga escolheu para representar o Brasil na Copa a sua turma, como se o torneio esportivo mais importante do mundo fosse uma pelada de fim de semana, em que cada um leva seus amigos para bater uma bolinha.

O futebol vive de clichês. Um dos mais batidos é aquele que diz que "o grupo está fechado", como se tal fato implicasse o sucesso inexorável dos tais reclusos na disputa em que se meteram. Dunga pode estar com o seu grupo "fechado" desde os sucessos que gosta de alardear - Copa América, Copa das Confederações, eliminatórias sul-americanas -, mas o fato é que seus integrantes formam simplesmente um amontoado de jogadores quando muito medíocres, mais ou menos esforçados, que fazem o possível para agradar o chefe, um sujeito teimoso e ranzinza.

A seleção de Dunga pode até ter sucesso, com seu estilo de jogo pragmático. Tenho a impressão, porém, que estamos na iminência de um dos mais notáveis fracassos da história esportiva brasileira.